quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Não podemos continuar apenas a ver navios.


Na terça-feira (31) partiu do porto de Porto Alegre o navio de bandeira turca "Barbaros Kiran". Assim como tantos outros, partiu vazio, sem nada levar em seus porões. Ao passar ao largo da cidade de Guaíba, foram feitas estas duas fotografias aqui vinculadas. E que muito bem se prestam para a reflexão que se segue.
Na primeira vê-se o navio passando com a cidade ao fundo. Do ponto de vista do morador da cidade; ele apenas vê o navio que passa. Seu vínculo com o mesmo é nulo. E o navio não lhe agrega nada de valor.
A segunda imagem foi feita quando o navio passou próximo da fabrica de celulose, cuja produção é voltada para o comércio exterior, mas sua importância econômica transcende ao espaço do município de Guaíba. Já que muitos pequenos produtores plantas árvores especialmente para atender esta importante indústria. E estes agricultores estão espalhados por diversos municípios de nosso rico e belo Estado.
Se para o cidadão comum a navegação é de pouco significado; para o empresário, a situação é bem diferente. Ele sabe que, para exportar, depende do embarque em navios. Não nega que este é o meio de transporte mais econômico e seguro para enviar sua carga. No entanto a realização de um embarque em navio nem sempre é um procedimento fácil. Se algumas empresas possuem terminais de uso privado, isto de deve ao seu esforço próprio. Estas empresas ao assim proceder estão lutando pelo seu crescimento e fortalecimento. Mas por outro lado há um grande número de empresas que não sabem, ou não podem proceder desta forma. E mesmo com a existência de um porto público próximo a elas não embarcam sua carga nos navios. Arcam com os custos e riscos do transporte rodoviário, percorrendo longas distância e comprometendo a integridade de sua carga, sua margem de lucro ou sua competitividade.
Mudar esta situação é fundamental para que possamos crescer, e sermos um Estado mais rico e dinâmico. Aproveitar a estrutura já existente é o mínimo que podemos fazer em curto prazo. Mas para que isto aconteça não podemos nos contentar com o que já existe. Temos de investir recursos humanos e financeiros para que esta estrutura possa funcionar segundo os padrões atuais. Não podemos continuar apenas a ver navios. Temos de nos mexer e investir na qualificação dos nossos portos públicos. Pois eles atendem a todos, sem discriminar tamanho ou poder econômico. Cumprindo sua função social de garantir nosso desenvolvimento socioeconômico. Pense nisso!
Fotos: Carlos Oliveira

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