domingo, 30 de setembro de 2012

Barcaça “Prof. Lelis Espartel” embarca carga de ureia em Rio Grande.


A barcaça graneleira “Prof. Lelis Espartel”, de propriedade da Frota de Petroleiros do Sul – PETROSUL recebeu no Porto Novo um carregamento de 3.000 toneladas de ureia para trazer à região de Porto Alegre. A ureia foi embarcada em uma operação de transbordo, na qual o navio mercante “Yvone” a transferiu diretamente para a embarcação. Este procedimento é aceito pela receita Federal quando devidamente acompanhado por um perito em avaliação do volume a ser movimentado. Neste caso se utilizam como base as marcações de calado da embarcação antes e depois de carregada. E se calcula o volume embarcado levando-se em consideração a área dos porões e a densidade do produto.

Operação semelhante foi realizada quando da operação de desencalho do navio mercante “Santa Katarina” no ano passado em Porto Alegre. E também quando o navio “Pomorze” encalhou nas proximidades do farol de Itapuã neste ano de 2012.

Sobre o navio mercante “Yvone”, o mesmo possui 90 metros de comprimento e 32,26 metros de largura. Seu armador é a empresa Laurus Enterprieses Corporation. Em Rio grande o navi operou no terminal da empresa Yara, descarregando lá 12.660 toneladas de ureia para a própria Yara Fertilizantes S/A, e mais 3.045 toneladas para outros clientes. Após sair deste terminal rumou para o Porto Novo, para descarregar mais 12.100 toneladas. O navio possui bandeira liberiana e embarcou sua carga no porto de Mesaieed, localizado a 50 Km ao Sul da cidade de Doha, capital do Qatar. A cidade é um distrito industrial importante ligado ao setor petrolífero. Beneficiando assim a matéria-prima mais importante do país, petróleo e gás natural, e exportando sua produção, da qual a ureia faz parte.

Sua partida de rio Grande esta prevista para ocorrer ainda nesta sexta-feira, por volta das 20 horas.

Foto: Carlos Oliveira

Carga de Butadieno é enviada para o Rio de Janeiro.



Encontra-se atracado no píer do terminal petroleiro de Rio Grande os navios-tanque “Gas Puffer” e “Taurogas”. O “Gas Puffer” atracou às 17 horas de quinta-feira (27) após ter saído do Polo Petroquímico de Triunfo com um carregamento de 2.000 toneladas de butadieno. Lá ficou aguardando a chegada hoje (28) do navio “Taurogas”, vindo do porto de San Martin na Argentina. Ao meio dia, com tudo pronto, iniciou-se o transbordo da carga de um navio para o outro. Sendo que o planejado é que após transferido todo o carregamento de butadieno para o “Taurogas”, este possa dirigir-se para o porto do Rio de Janeiro.

Como podemos ver a lógica do transporte de produtos petroquímicos as vezes nos parece por demais complicada. No entanto ela segue as determinações específicas de um planejamento estratégico muito amplo e bem definido. Onde os navios são manobrados conforme suas características específicas e os volumes a serem transportados não só para o nosso polo petroquímico, mas também para os demais que se encontram no território nacional. O importante neste caso é termos a certeza de que a segurança é a base do raciocínio de toda a operação. E que a escolha pelo modal marítimo a mais acertada na relação custo-benefício.

Fotos: Carlos Oliveira

Após descarregar navio-tanque “Rheingas” parte rumo a Argentina.


O navio-tanque “Rheingas”, que aqui chegou na manhã do dia 25 de setembro já se encontra navegando rumo a Argentina. Na manhã desta quinta-feira (27) após ter terminado sua faina de descarregamento o navio partiu do terminal Santa Clara, de propriedade e uso exclusivo do Polo Petroquímico de Triunfo. E na manhã de hoje (28) por volta das 09:15 já havia recebido o prático da Barra que o levaria com segurança do Porto de Rio Grande para o mar aberto. Uma hora e dez minutos depois o prático desembarcava do navio, que pode assim tomar rumo ao país vizinho para ser novamente carregado.


Feito o registro, esperamos que em breve o navio possa voltar às águas brasileiras, trazendo em seus tanques matéria-prima para nossa indústria petroquímica, e embarcar nossa produção para ser levada aos nossos clientes.

Fotos: Carlos Oliveira

28 de Setembro – Dia do Hidrógrafo.



Nesta sexta-feira (28) comemora-se o dia do Hidrógrafo. Esta especialidade é responsável por um dos maios importantes setores de pesquisa do meio marítimo. Seu raio de ação é extremamente largo, abrangendo desde características físico-químicas da água, a topografia do solo marinho, as características da vida marinha, até chegar na parte técnica da navegação e da segurança a ela ligada. Nela tanto civis como militares trabalham em parceria. Compartilhando equipamentos e conhecimento em prol do progresso científico e tecnológico. Sendo um dos pontos mais conhecidos deste relacionamento, o relativo à pesquisa Antártica. Em nosso estado a Fundação Universidade do Rio Grande – FURG mantêm um barco próprio para realizar suas pesquisas, o “Atlântico Sul”. E, em seu campus esta localizado a base de apoio logístico onde ficam guardados os materiais básicos para os pesquisadores que vão à Antártica.

Por isto, na passagem do Dias do Hidrógrafo, faço esta singela homenagem a quem se dedica com tanto afinco para aplicar pesquisa e ciência na melhora do nosso bem-estar social e econômico. Parabéns hidrógrafos!

Fotos: Carlos Oliveira

Trevo Branco transporta cavacos de madeira.


A barcaça graneleira “Trevo Branco”, da Navegação Aliança Ltda. desceu na manhã desta sexta-feira o rio Taquari rumo ao Super Porto de Rio Grande. Com um carregamento de 1.800 toneladas de cavacos de madeira, originalmente embarcados no terminal de uso privativo (TUP) da empresa MITA, seu destino é o terminal da TERGASA. Este terminal é um importante ponto de embarque e desembarque utilizado pelo empresariado gaúcho. Recebendo fertilizantes e embarcando parte de nossa produção agrícola.

A fotografia desta matéria foi tirada às 06:48, quando o “Trevo Branco” já navegava nas águas do Guaíba.  Sendo importante observarmos que por ser uma embarcação da navegação interior. Com tripulação treinada e acostumada a navegar na região, carregando uma carga “não perigosa”, sua viagem deverá estar concluída no início de sábado. Pelo simples fato da barcaça poder navegar a noite pela área dos canais artificiais. Fato que os navios mercantes, que são bem maiores, não o fazem por restrição da própria Autoridade Marítima. Que com isto visa preservar sua segurança.

Como podemos ver, a navegação interior possui um papel muito importante a ser desenvolvido junto ao setor produtivo. Dar-lhe incentivo e condição de pleno desenvolvimento é o mínimo pelo qual devemos lutar.

Foto: Carlos Oliveira

27 de Setembro – Dia Marítimo Mundial.


Neste ano a comemoração do Dia Marítimo Mundial caiu na última quinta-feira (27). A data foi instituída pela Organização Marítima Internacional – IMO, que é um órgão da ONU, para comemorar e difundir a importância da navegação e do comércio marítimo.

Anualmente é escolhido um tema, para o qual são desenvolvidos trabalhos visando sua divulgação, de forma mais efetiva na comunidade marítima e para o público em geral. Sendo que neste ano a salvaguarda da vida no mar foi o tema escolhido. E o mesmo tem como marco principal, o trágico naufrágio do transatlântico britânico R.M.S. “Titanic”, transcorrido há 100 anos.

Se observamos com maior atenção, este tema tem sido foco de campanhas há vários anos por parte da Marinha do Brasil, principalmente nos períodos de férias. E serve para alertar e conscientizar da importância de se conhecer e acatar as regras e normas de segurança na navegação. Nos meses mais quentes o público alvo são as pessoas que buscam nos esportes aquáticos como forma de lazer. E que muitas vezes acabam em acidentes ou tragédias. Já no restante do ano, o trabalho se dá de forma direta na comunidade marítima e portuária. Buscando, por meio da fiscalização e do treinamento, fazer cumprir a lei e evitar que qualquer tipo de acidente ocorra. Não é preciso dizer, que se desejamos aumentar o aproveitamento de nossa hidrovia isto necessariamente vai representar um aumento no fluxo de embarcações. E consequentemente haverá um maior risco de incidentes ou acidentes. A forma para se evitar que isto ocorra é simples e bem conhecida. Primeiro propiciar cursos de treinamento e capacitação; segundo fiscalizar e cobrar o correto cumprimento da lei. E esta fiscalização começa na documentação dos tripulantes e das embarcações, passando pela vistoria da própria hidrovia e de suas condições técnicas. E termina na área portuária que é um dos pilares da navegação mundial.

Fica aqui meus mais sinceros votos de parabéns, a toda a comunidade marítima e portuária, pela passagem desta data tão importante. Sem o trabalho sério desenvolvido visando seu permanente aperfeiçoamento e profissionalismo. Não seriam possíveis termos alcançado o atual estágio de desenvolvimento do comércio mundial.

Foto: Reprodução do bilhete de passagem original do R.M.S. “Titanic”.

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    Vanderlan Vasconselos
         PRA SER FELIZ SEMPRE
        www.vcvesteio.blogspot.com
      http://twitter.com/Vanderlanvas

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Estado exporta arroz para Venezuela.


Pelo terminal da empresa Termasa, foi embarcado 22 mil toneladas de arroz no navio mercante “Ince Hamburg”. A embarcação de bandeira turca, pertence ao armador Ince Denizcilik Ve Tjcaret AS, e mede 169,40 metros de comprimento e possui 27,20 metros de largura. Atracou no terminal na última sexta-feira (18) e partiu na manhã de quinta-feira (27) às 07:48. Tendo como destino final a cidade de Puerto Cabello, na Venezuela. A demora da operação de carregamento, em muito se deve ao clima chuvoso. Que por questões de preservação da carga, obriga na suspensão das operações quando as condições são desfavoráveis.

Com relação ao arroz, este produto é cultivado em grande quantidade na própria região Sul do Estado. E seu transporte é feito em sua grande maioria por meio de carretas. Nas regiões próximas ao porto este transporte é o meio fácil de ser feito. No entanto, para as regiões mais longas seu custo benefício já começa a ser menos vantajoso. Pois nele tem de ser considerada a margem de perda de grão que ocorre durante a viagem. Fato que não existe no transporte por meio de barcos. Já que o fechamento do navio é perfeito. E nos veículos de carga rodoviária isto dificilmente vai ocorrer. Outro item importantíssimo a ser avaliado é o risco de excesso de peso dos veículos de carga. Principalmente os do tipo “bi-trem” cuja concepção ultrapassa os limites projetados para muitas de nossas estradas. E seus danos podem comprometer a qualidade do pavimento. Propiciando o aparecimento de imperfeições no asfalto.

Foto: Carlos Oliveira

“Tuju Arrow” atraca para embarcar celulose.


O navio mercante “Tuju Arrow” atracou no Porto Novo de Rio Grande para receber um carregamento de celulose. Ao todo a embarcação que mede 225 metros de comprimento e possui 32,26 metros de largura, devem embarcar 24 mil toneladas deste produto. A mercadoria é procedente da fábrica da empresa Celulose Rio-grandense, que recentemente comprou a unidade fabril da Aracruz Celulose. E, segundo foi anunciado recentemente, a mesma será ampliada. Possibilitando uma maior produção de celulose. Produto este que é totalmente transportado pela hidrovia para ser embarcado em Rio Grande.

Concomitantemente a isto uma das embarcações que estava realizando este transporte era a barcaça “Germano Becker”. Que atracou na segunda-feira (24), no terminal da empresa Yara, para desembarca 3.500 toneladas de celulose.

A atual viagem do navio “Tuju Arrow” iniciou-se no porto francês de “La Palice”. E em sua viagem de retorno já esta previsto para o “Tuju Arrow” fazer uma escala no porto de Santos. Oportunidade em que será completado com mais um carregamento de celulose.

Foto: Carlos Oliveira

“Maersk Leticia” chega de Montevidéu para operar no TECON.


O navio porta-contêineres  “Maersk Leticia” atracou no final da manhã de quarta-feira (26) no Terminal de Contêineres do Porto de Rio Grande. Vindo de montevidéu – Uruguai, o navio trouxe 420 contêineres de 40 pés para descarregar; e aproveitou para embarcar outros 380 contêineres de igual tamanho. Os 800 contêineres foram movimentados entre às 11:05 de quarta-feira e ás 08:56 desta quinta-feira. O que mostra a eficiência com que a operação foi realizada.

Após deixar o porto de Rio Grande, a próxima escala do navio será no porto catarinense de Imbituba. Que em muitos casos também é utilizado pelos produtores gaúchos como via de escoamento de sua produção. Esta alternativa foi intensificada após a conclusão da estrada “Rota do Sol”. E tem como grande atrativo a não existência de tantos pedágios no trajeto. Uma realidade totalmente diferente da nossa. Onde só no trecho entre Porto Alegre e Rio Grande são cinco (05) pedágios na ida e quatro (04) no retorno. Este fato contribui em muito para o encarecimento do frete, e a perda de nossa competitividade. E isto exige uma atenção especial de parte de nosso governo. Para que não interfira de forma prejudicial na movimentação do porto de Rio Grande.

Na fotografia vinculada neste texto, embora não seja do “Maersk Leticia”, representa muito bem o momento da manobra de atracação. No qual o navio após ter realizado o giro, se prepara para aproximar-se do cais apoiado pela manobra dos rebocadores portuários.

Foto: Carlos Oliveira

Transporte de contêineres pela hidrovia – O desejo da Navegação Aliança.



Foi publicado pelo blog do jornalista Políbio Braga o desejo da Navegação Aliança de retomar o transporte de contêineres pela nossa hidrovia. A posição da empresa demonstra o quanto os comentários aqui expostos estão precisos. E revela o potencial econômico que a mesma vê para o setor, e sua receptividade no empresariado e na administração do porto de Estrela.

Segundo a matéria, do potencial de 3 milhões de toneladas/ano, que o porto de Estrela possui, apenas 20% do mesmo é utilizado. Já com relação ao rio Taquari, é dito que o mesmo serve apenas para o transporte de cereais e areia.

Na verdade, creio que este possa ser um passo importante para que possamos mudar o nosso futuro. A retomada da navegação interior é necessária e possível. Não podemos crer que os atuais obstáculos sejam mais fortes do que a nossa capacidade técnica para superá-los. Talvez o que falte seja vontade política, de auxiliar a iniciativa privada a executar este ambicioso plano. Que muito vai contribuir para nosso desenvolvimento econômico e a geração de empregos. Pois se no primeiro momento o transporte vai se valer de navios já existentes. Em breve novos navios deverão ser construídos. Para melhor atender a demanda. Num circulo virtuoso muito interessante para o Estado. No qual se sabe onde começa, mas não se sabe onde vai parar.

Aproveito para manifestar publicamente meu apoio à Navegação Aliança. Pois durante minha gestão a frente da Superintendência de Portos e Hidrovias – SPH aprendi a reconhecer o potencial da navegação para nossa economia. E por tanto também comungo do mesmo pensamento.

Para quem quiser ler a matéria original, seu link é:

 http://polibiobraga.blogspot.com.br/search?updated-max=2012-09-25T13:55:00-03:00&max-results=22&start=22&by-date=false

Fotos: Carlos Oliveira

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Barcaça-tanque “Guarita” leva produtos do polo petroquímico de Triunfo para Rio Grande.


A barcaça-tanque “Guarita”, de propriedade da Navegação Guarita levou esta semana um carregamento de produtos produzidos pelo Polo Petroquímico de Rio Grande. A mercadoria embarcada no terminal Santa Clara, de uso privativo polo, é composta por 770 toneladas de Tolueno e 2.200 toneladas de Etil Tércio Butil Éter – ETBE. Sua chagada em Rio Grande ocorreu às 10:20 do da terça-feira (25). E a embarcação fundeou na área Golf II, no aguardo de liberação para atracar no terminal petroleiro da empresa Braskem. Que se localiza na área do Super Porto de Rio Grande. Lá o produto deverá ser bombeado para os tanques de depósito, a espera do momento oportuno de ser embarcado para o navio do cliente final.
Como costumeiramente tenho afirmado. É deste modo que a nossa navegação interior contribui para o nosso crescimento e desenvolvimento socioeconômico. Transportando produtos perigosos de forma segura. E sem gerar nenhum transtorno a nossa população.

Foto: Carlos Oliveira

“MSC Uganda” um exemplo da indústria naval sul-coreana liga o Estado ao comércio exterior.


O navio porta-contêiner “MSC Uganda” que faz a linha entre o porto de Buenos Aires e os Estados Unidos passou pelo porto de Rio Grande. O navio que atracou às 19:05 de terça-feira (25) operou com 600 contêineres no TECON Rio Grande. Numa operação que envolveu o carregamento de 400 contêineres de 40 pés e a descarga de outros 200 contêineres de 40 pés. E hoje às 12:45 já partia rumo ao porto de Santos.
Construído no ano de 1997, pelo estaleiro Hyundai Heavy Industries, da cidade de Uslan, Coréia do sul. O navio que foi o casco número 1008, deste estaleiro foi projetado para transportar 4.545 TEUs, dos quais 300 do tipo refrigerado. Sua construção iniciou no dia 16/04/1997, e seu lançamento na água ocorreu em 26/07/1997. Sendo entregue pronto no dia 15/10/1997. Medindo 294,12 metros de comprimento e possuindo uma largura máxima de 32,20 metros, este navio representa muito bem a eficiência e o profissionalismo dos construtores navais coreanos. Equipado com um motor de nove (09) cilindros, modelo 9K90MC-C, fabricado pela própria Hyundai, ele desenvolve 41.040 Kw de potência.
Operado pela MSC Mediterranean Shipping, o navio é mais uma das alternativas a quem quer importar ou exportar. Infelizmente ainda não possuímos a opção completa. Aquela em que o contêiner possa ser embarcado no interior de nosso estado em uma barcaça e ser levado diretamente ao porto em Rio Grande. Isto além de acarretar um custo mais elevado. Considerando-se o preço do frete e do seguro, acarreta um nível maior de poluição de nosso meio ambiente, e um gato maior de combustível fóssil para executar a mesma coisa que um barco poderia fazer. Fica aqui a esperança de que em breve esta situação possa mudar.
Na fotografia, podemos ver a barcaça “Porto de São Pedro”, de propriedade na Navegação Guarita, no breve período em que os contêineres foram transportados pela nossa malha hidroviária. É esta realidade e capacidade que devemos lutar para recuperar. Não podemos ficar presos ao transporte rodoviário como única forma de transporte de nossa produção. Pois seus custos são elevados para quem o contrata e para o povo gaúcho, que tem de manter as estradas com recursos tão difíceis de conseguir.
Foto: Carlos Oliveira

E os trens, não transportam contêineres?


Este questionamento eu recebi de um leitor do blog após ler a série de artigos aqui divulgados. A resposta ao questionamento é sim. Os trens também podem transportar contêineres e o fazem cada vez com maior frequência.

No âmbito de nossa realidade, a cidade de Rio Grande recebe diariamente um comboio ferroviário e dela também parte um. A configuração deste comboio chega a ter três (03) locomotivas puxando mais de cem (100) vagões. Como a linha férrea é simples, existem alguns trechos em que a mesma foi estrategicamente duplicada, permitindo o cruzamento dos comboios. Um exemplo disso ocorre na comunidade do “Povo Novo”.  Estes vagões são basicamente de três tipos, a saber: Fechado, tanque, e plataforma.

No conjunto de vagões do tipo fechado os mesmos se prestam para o transporte de cereais, produtos a granel ou carga unitizada. Já os tanques, servem para o transporte de líquidos, geralmente inflamáveis. No tipo plataforma se leva desde contêineres até peças e veículos.

Atualmente a estação ferroviária de Rio Grande localiza-se na área do Super Porto, e possui ramificação que atende desde o Terminal de Contêineres até a Refinaria Ipiranga. Sendo que o ramal que chegava a área do Porto Novo se encontra fora de uso. Ao longo deste trajeto, basicamente todos os terminais de embarque de carga possuem ligação com a linha férrea. E o transito de vagões é intenso. E no pátio onde o trem entra na área do TECON Rio Grande existem dois guindastes sobre rodas para executar a manobra de retirada ou colocação dos contêineres sobre os vagões. Estes guindastes originalmente eram empregados na linha de frente das operações de embarque e desembarque de contêineres dos navios. Com o passar do tempo foram substituídos por equipamentos mais novos e eficientes. E hoje se encontram nesta área. Sobre os mesmos, no ano passado o então diretor de Portos, engenheiro Silvio David conversou sobre a possibilidade dos mesmos serem transferidos a Porto Alegre. Mas devido sua exoneração, tendo em vista o belo trabalho que o mesmo vinha exercendo na SPH, o assunto, ao que me consta, não foi adiante. Sobre estes guindastes, é digno de se assinalar, que a sua operação é toda ela realizada com o auxílio de operários, no engate e desengate dos cabos ao material a ser elevado. Este fato torna a operação mais lenta. Se bem que para quem não tem nada, todo presente é sempre bem vindo. Entre os produtos que chegam a Rio Grande o predominante é carregado nos vagões fechados e nos tanque. É comum vermos vagões plataforma carregados com madeira. Fato que mostra que sua utilização não é exclusiva para contêineres.

O importante é que o leitor tenha em consideração que por maior que seja o comboio ferroviário a operar em Rio Grande, sua capacidade de transporte ainda é insignificante. Se ao todo fossem cem (100) vagões empregados somente para o transporte de contêineres, este número não chegaria 10% da demanda atual. Hoje o trem cumpre um papel importante no escoamento da safra agrícola. Este espaço não deve migrar de um tipo de carga para outro. O mais importante é que diante da realidade observada, nós podemos concluir o quanto nossa logística é deficitária e carente. E isto só se resolve com política pública e principalmente, boa vontade. Sem os dois fatores andando juntos, dificilmente a coisa anda.

Foto: Carlos Oliveira

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Lupatec envia mais dois conjuntos de cabos para armazenamento na área portuária.


A empresa Lupatec de São Leopoldo enviou no último dia 12 de setembro mais duas bobinas com cabos especiais para emprego naval. O produto que é produzido sob encomenda tendo suas características definidas conforme cada projeto onde será empregado.

Seu transporte ocorreu em duas carretas, acompanhadas por mais um caminhão com guincho e um carro batedor. Mesmo assim foi possível de se constatar como a impaciência de alguns motoristas é capaz de expor ao risco o seu transporte. O acesso ao porto ocorreu pela via lateral a Avenida Castelo Branco. Que além de ser muito utilizada por veículos de carga passou a ser uma alternativa para os carros de passeio, diante do congestionamento constante de nossas vias. O trecho em questão é o final da Avenida Mauá e início da rua João Moreira Maciel. Que no ano de 2011 foi tema de diversas reuniões entre, SPH, Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre – DNIT, CONCEPA e Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE, na tentativa de manter seu gabarito oficial resguardado. Já que após a construção de uma das rampas da ponte sobre o rio Gravataí, a mesma teve sua largura reduzida de forma dramática.

Diante do observado, neste curto trajeto realizado entre São Leopoldo e Porto Alegre, é de se questionar os riscos que o transporte deste tipo de produto acarreta em uma viagem de longa distância. É por isto que o transporte por navios é mais seguro. Pois embora a empresa tome todo o cuidado possível, é impossível de se prever as ações dos demais motoristas. Já no transporte por navio. Além de a carga estar devidamente presa e acomodada. Sem risco de roubo; seu transporte acaba sendo muito mais rápido e econômico do que pelas estradas. Um navio pode transportar diversas bobinas, facilitando à logística e dando tranquilidade à empresa. Pensem nisso!

Foto: Carlos Oliveira

“MSC Fiammetta” opera 700 conteineres em menos de 25 horas.


O navio “MSC Fiammetta”, que chegou a Rio Grande às 21:20 desta segunda-feira (24) operou 700 contêineres em pouco menos de 25 horas.  Ao todo foram desembarcados no TECON Rio Grande 300 contêineres de 40 pés. Enquanto foram embarcados 400 contêineres também de 40 pés. A rapidez da operação é determinada por vários fatores. Treinamento, número de guindastes operando simultaneamente, modelos dos guindastes, e principalmente planejamento na hora de programar seu lugar no interior do navio.

Esta programação é a chave do sucesso ou não da viagem de um navio. Ela é feita um planner. Profissional responsável pelo planejamento de toda a operação de carga e descarga do navio em uma viagem. Desde o porto inicial até o último da rota que o navio tem de cumprir. Para tanto o planner possui com antecedência um relatório de todos os contêineres a serem embarcados, seu tamanho, tipo de carga e destino. Auxiliado por um programa de computador (antigamente isto era feita na ponta do lápis) ele programa a posição de cada unidade a ser embarcada e desembarcada. De modo que ao final não seja necessário deslocar nenhum contêiner antes da hora para retira outro que deve sair do navio. Este tipo de profissional geralmente é apoiado por outros mais jovens. E em equipe eles trabalham não necessariamente no mesmo local.

No ano de 2011 foi oferecido um curso de introdução ao planner em Porto Alegre. O mesmo fez parte do convênio que a Marinha do Brasil, por intermédio da Diretoria de Portos e Costas – DPC possui com a Fundação Para Estudos do Mar – FEMAR para qualificar a comunidade portuária. E cujas aulas ficam a cargo do Órgão Gestor de Mão-de-Obra – OGMO auxiliar na logística local de cada um dos diversos portos sedes dos cursos. No caso de Porto Alegre, o curso foi ministrado pelo experiente professor capitão Cristiano. Infelizmente poucos foram os funcionários da Superintendência de Portos e Hidrovias que aproveitaram a oportunidade para melhorar seu conhecimento. Na época apenas os guardas portuários e o assessor superior Carlos Oliveira se inscreveram e fizeram o curso. Que além de ser gratuito, fornece um lanche aos alunos.

Já a empresa Mediterranean Shipping Company – MSC é uma das multinacionais mais fortes do setor de transporte marítimo. E possui uma filial no Brasil a MSC Mediterrean Shipping do Brasil Ltda. Que inclusive possui escritório em Porto Alegre, para oferecer seu serviço de transporte no âmbito nacional e internacional. Fica assim feito o convite aos empresários interessados no serviço que procurem a empresa. Pois antes de se aventurar é preciso conhecer muito bem todas as características do negócio, para que o mesmo possa dar certo. A foto vinculada neste texto é de um dos diversos navios da empresa quando estava operando em Rio Grande.

Foto: Carlos Oliveira

Aliança Maracanã um navio brasileiro para contêineres.


No final do domingo (23), mais precisamente às 18:27 o navio brasileiro “Aliança Maracanã” atracou no terminal de contêineres de Rio Grande.  A embarcação que foi construída no ano de 1992, pelo Estaleiro da Ilha S/A – IESA, no estado do Rio de Janeiro pertence a empresa Transkoll Navegação. E atualmente se encontra afretado para a Aliança Navegação & Logística. Comparado com outros navios porta-contêiner ele não é grande. Sua capacidade nominal de carga é de 2.23 TEUs, medida para contêineres de 20 pés. Sendo que possui capacidade de receber e transportar até 200 TEUS refrigerados.

Em sua atual viagem, o porta-contêiner “Aliança Maracanã” teve com ponto de partida o porto de Montevidéu, no Uruguai. Em sua escala em Rio grande o mesmo veio para operar o seguinte volume de contêineres:
Operação
Quantidade
Tamanho do Contêiner (pés)
Característica
Carga
190
20’
Cheio
Carga
84
40’
Cheio
Descarga
116
20’
Cheio
Descarga
68
40’
Cheio
Total
458





Sua próxima escala esta prevista para ocorrer no porto catarinense de Itapoá. Que é um terminal de uso privativo (TUP) de propriedade da própria Aliança Navegação e Logística.

Com relação a este texto dois são os aspectos que nós devemos observar. O primeiro é o fato do navio ter sido construído no Brasil. Na época em que isto ocorreu, seu tamanho não era considerado pequeno. E a tecnologia emprega representou um grande avanço e esforço da indústria naval brasileira. É claro que hoje o projeto seria diferente. Mas mesmo assim é visível a nossa capacidade de construirmos navios.

O segundo fato que devemos observar é o potencial que o transporte por contêiner oferece aos nossos industriais, comerciantes e empresários para movimentar nossa economia. É de se imaginar o quanto nossa economia pode melhorar se nós adotarmos o transporte marítimo e fluvial como base de nossa logística. Mas para que isto ocorra é preciso que o empresariado se reúna e cobre do governo, ações no sentido de facilitar este tipo de transporte em nosso estado. Somente assim vamos conseguir tirar o governo do estado de inércia em que se encontra. E criarmos condições de realizarmos as mudanças que tanto necessitamos para deslanchar economicamente. Pensem nisso!

Na foto vemos dois tipos de navio representantes do transporte comércio mundial. Um navio do tipo graneleiro, apropriado para o transporte de produtos a granel. E o segundo um porta-contêiner, especializado para o comércio de produtos industrializados, mas que também pode transportar produtos a granel no interior dos contêineres.

Foto: Carlos Oliveira

“Santa Teresa” atraca em Rio Grande e opera com 551 contêineres.


No intuito de dar maior visibilidade a questão dos contêineres, resolvi dar neste texto uma demonstração de como é a dinâmica deste tipo de carga. Para tanto sito o caso do navio mercante “Santa Teresa”, de bandeira liberiana que operou entre os dias 23 e 24 deste mês no Terminal de Contêineres do porto de Rio Grande, mais conhecido como TECON Rio Grande. A fotografia vinculada não é do mesmo, mas serve de ilustração para aqueles que nunca viram um navio porta-contêineres operando no TECON Rio Grande.

O “Santa Teresa” é um navio novo, construído no ano de 2011, pelo estaleiro sul-coreano Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering. Localizado na cidade de Goeje. Este foi o casco de número 4.232 deste estaleiro. Tendo sido lançado ao mar em julho de 2011, e finalizado e entregue no mês de setembro do mesmo ano. Marcando com isto uma característica dos estaleiros mais modernos do mundo, que é a rapidez com que constroem e entregam seus produtos aos clientes. Sendo de propriedade da empresa Columbus Shipmanagement, de Hamburgo – Alemanhã, ele foi arrendado para a empresa Aliança Navegação e Logística. Tendo a capacidade nominal de transportar até 7.100 TEUs, ou sejam 7.100 contêineres de 20 pés, dos quais 1.600 do tipo refrigerado. Por esta característica foi incorporado a navegação na costa atlântica do continente sul-americano.

Em sua viagem atual, o “Santa Teresa” partiu do porto de Montevidéu e fez sua primeira escala em Rio Grande. Quando chegou às 15:38 do domingo (23). Durante sua estadia o navio operou os seguintes volumes:
Operação
Quantidade
Tamanho do Contêiner (pés)
Característica
Carga
170
20’
Cheio
Carga
189
40’
Cheio
Descarga
116
20’
Cheio
Descarga
76
40’
Cheio
Total
551





Ao partir de Rio Grande às 18:20 de segunda-feira (24) ele conseguiu fazer 551 operações em menos de 27 horas. Considerando que o navio também realizou outros procedimentos burocráticos e característicos da própria realidade marítimo portuária. Como a de ser fiscalizado pelos órgãos federais, ser abastecido dos bens que necessita, e realizar os procedimentos operativos de atracação e desatracação.

A agilidade deste tipo de operação é o grande fator a ser buscado. E é ela que diz se um porto ou terminal é bom de operar ou não. Garantindo com isto seu sucesso ou não. Seu maior ou menor poder de atração de clientes, de navios e empresas interessadas em operar junto a este terminal. Este grau de perfeição só se atinge com investimento constante em equipamentos e treinamento dos funcionários. Quem não fizer isto não vai progredir. Assim sendo, quando se vê um porto parado, com operações escassas, é lógico de se imaginar que o mesmo não acompanhou as exigências do mercado. E esta verdade não vale apenas para os terminais de contêineres, ela vale para todos os demais tipos de operação. Pensem nisso! E quando lhe disserem que um porto esta inoperante, ou deficitário. E que aquele espaço seria mais bem utilizado em outra função, que não a portuária. Vejam se esta é a melhor solução para o caso ou apenas um motivo para abandonado de vez. Afinal de contas, um terminal operativo e moderno é sempre gerador de riquezas, progresso e desenvolvimento.

Foto: Carlos Oliveira

Os contêineres no porto de Porto Alegre.


Após ter escrito que o porto de Porto Alegre não opera com contêineres, fui indagado por um morador de Esteio que me disse ter visto um destes no porto. Segundo o morador, o mesmo se encontrava perto da estação Mercado do Trensub. Diante da pergunta, que acho pode ser de outras pessoas que também já viram contêineres transitando pela área do porto da capital, vou explicar aqui a situação.

O porto de Porto Alegre, que é uma concessão federal para ser explorado pelo Estado do Rio Grande do Sul, possui uma excelente estrutura. Nele esta instalado o escritório do Ministério da Agricultura, no andar térreo do prédio da administração da SPH, e cuja entrada se dá pelo lado do rio. Junto ao armazém B-3 esta o escritório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Na parte externa a área portuária, apenas atravessando a Avenida Mauá fica o prédio histórico da Receita Federal, com o setor específico para fiscalização. Sendo que este órgão, também possui um espaço reservado dentro do armazém D-4, no cais Navegantes. Onde pode se instalar e ali trabalhar se assim achar conveniente. E principalmente, o porto possui uma área, que esta operando com o sistema de segurança internacional chamado ISPS-Code. Que visa garantir a integridade física dos navios atracados, e com isto a segurança nas operações de carga e descarga. Com monitoramento 24 horas por dia e sob fiscalização direta da polícia Federal. Todos estes ingredientes juntos nos habilitam a fazer operações de importação e exportação com outros países. No entanto, de nada vale se não existe uma política pública para aproveitar estas vantagens e materializá-las em operações de carga e descarga.

Com relação aos contêineres que são vistos dentro da área portuária, isto se deve a execução da fiscalização federal sobre os mesmos. Estes contêineres depois de carregados, o termo utilizado é estufado, tem de ser vistoriado pelas autoridades federais. Como em nosso porto há uma estrutura completa para executar isto, alguns exportadores o enviam para lá e aguardam a vistoria. Após, os mesmos são lacrados e seguem viagem, por rodovia, até o porto em que serão embarcados. Que pode ser o de Rio Grande, ou um dos vários existentes no Estado de Santa Catarina.

Espero que esta explicação tenha sido suficiente para tirar as dúvidas que por ventura mais alguém tenha. Também espero que um dia nosso porto possa operar de modo mais ativo. Não sendo apenas um recebedor de cargas, mas também um porto de embarque de nossa produção. De modo que possa impulsionar nossa economia gerando riquezas e bem-estar social.


Fotos: Carlos Oliveira

Chega da Bahia, o navio-tanque “Rheingas”.



Chegou a Porto Alegre na fria e ventosa manhã desta terça-feira (25) o navio-tanque “Rheingas”. A embarcação que possui bandeira liberiana e mede 99,97 metros de comprimento e 25 metros de largura, veio de Salvador com 2.000 toneladas de propeno. Seu destino final é o terminal Santo Clara, pertencente ao Polo Petroquímico e Triunfo. Segundo consta, após descarregar em Triunfo, o navio tem como próximo destino o porto de Buenos Aires, na Argentina.

Nas fotografias que aqui apresento, aparece o navio em dois momentos distintos. No primeiro ele se encontra junto a área de fundeio do porto de Porto Alegre, em fronte ao Cais Mauá a espera da fiscalização federal. Já no segundo momento o mesmo estava passando pelo vão móvel da ponte do Guaíba, entrando nas águas do rio Jacuí, rumo ao seu destino final desta viagem.

Fotos: Carlos Oliveira

“Trevo Roxo” transporta para Rio Grande cavacos de madeira.


A barcaça “Trevo Roxo”, de propriedade da Navegação Aliança Ltda, rumou na segunda-feira (24) para o Super Porto de Rio Grande. Em seus porões ela transporta 1.100 toneladas de cavacos de madeira. Mercadoria embarcada no terminal de uso privativo da empresa Mita, localizado as margens do rio taquari. A operação de descarga deve ocorrer no terminal de uso privativo da Tergasa. Onde a barcaça atracou às 13:30 desta terça-feira (25).

Como podemos ver, é desta forma que a navegação interior contribui para nosso desenvolvimento. De barcaça em barcaça, de tonelada em tonelada, ela transporta muito de nossa produção agrícola e dos insumos que o setor tanto necessita para se desenvolver. Incentivar e divulgar este esforço é muito mais do que um dever, é um prazer a todo “Amigo da Marinha”. Espero, com este gesto singelo, contribuir para a divulgação da importância que a navegação tem para nosso país. Pois sem ela, as coisas seriam muito mais difíceis.

Foto: Carlos Oliveira

Barcaça “Rio Grande do Sul” vai a Rio Grande buscar ureia.


Na manhã de segunda-feira (24), por volta das 06:30 a barcaça “Rio Grande do Sul”, de propriedade da empresa Frota de Petroleiros do Sul – Petrosul, já navegava rumo a cidade de Rio Grande. Lá a mesma é esperada para atracar no Porto Novo e receber um carregamento de 2.000 toneladas de ureia.

Com isto a navegação interior prova que pode contribuir para o nosso desenvolvimento e bem-estar. Incentivar este tipo de empreendimento é valorizar o nosso potencial econômico. E é prestar o devido reconhecimento aos empresários do setor da navegação que persistem, apesar de todas as dificuldades, nesta atividade tão nobre. Mesmo sem receber o apoio e reconhecimento do setor público.

Dar visibilidade a existência da navegação interior é mostrar que a mesma não faz parte do passado. E sim, que ela existe e esta pronta para atender, os desafios que se apresentam.

Foto: Carlos Oliveira

“Star Zeta” parte vazio reafirmando a necessidade de política pública para o setor portuário gaúcho.


No início da tarde de sexta-feira (21), o navio mercante “Star Zeta” partiu vazio do porto de Porto Alegre. Repete-se assim, uma triste realidade para com os navios graneleiros que aqui aportam. Trazendo riquezas produzidas em outras terras, mas que nada levam das riquezas aqui produzidas. Neste comércio capenga, do qual o porto da capital pouco contribui, para o esforço de nossos setores produtivos. Que tanto necessitam de seu serviço no embarque de sua produção, garantindo com isto um custo menor de frete e transporte. Ficamos mais uma vez a ver navios.

Não é novidade que se a realidade que se apresenta é esta, ela é fruto de anos de descaso para com o setor portuário. Abandonado e carente de políticas públicas sérias. Que comprometidas com o fortalecimento de todos os setores produtivos de nosso estado não lhe dá condições de ter no porto um instrumento de alavancagem industrial, agrícola e comercial.

Falar disso é criticar de forma direta a todos os governos, que tem se sucedido nas últimas décadas em nosso estado. Como nós não reelegemos nenhum governante, a alternância no poder foi uma realidade viva. E a falta de uma política séria para o setor em nada nos auxiliou. E este é o principal problema quando se quer discutir o assunto. Pois enquanto os partidos se sentem criticados e se fecham à discussão. Vestindo a carapuça, como se diria no ditado popular. O assunto deixa de ser tratado de forma séria e comprometida. Temos de ver, que a atividade portuária é uma concessão federal. E como tal, se nós não temos competência para tocá-la de forma eficiente, nada mais natural do que devolvê-la ao governo federal. Pois este, na sua grandeza sabe como inserir nossos portos no contexto estratégico nacional. Fazendo-o ser útil ao nosso desenvolvimento pleno e integrado. Pensem nisso!

Foto: Carlos Oliveira

terça-feira, 25 de setembro de 2012

No 20 de setembro e o orgulho de ser gaúcho.

Há poucos dias, pela passagem do dia 07 de setembro, escrevi sobre o orgulho que todos nós sentimos por sermos brasileiros. Com a passagem do dia 20 de setembro, o orgulho de ser gaúcho também aflorou mais forte no coração de muitos de nós. Pois este sentimento que nos une, e nos congrega é algo maravilhoso. Pois cria uma identidade entre as pessoas das mais distintas origens, formações, e histórias.


 
Neste momento somos todos iguais. E como tal podemos não só ver, mas sentir e pensar o que é ser gaúcho, e também, o que é ser brasileiro. E foi durante os vários desfiles que ocorreram pelo nosso estado, que se pode ver este orgulho. A cada piquete, identificado pela sua bandeira própria, tínhamos ao mesmo tempo um ente diferente que professa o mesmo sentimento com os demais.

Já sobre os cavalos, viam-se pessoas das mais distintas classes sociais. Ricos e pobres, empresários, empregados e funcionários públicos. Gente do campo e da cidade, buscando na companhia de sua montaria reviver um passado bonito e forte. Que se mantêm vivo, e nos revela como deve ter sido a vida de tempos a muito distantes.

Ser gaúcho é ser superior a distinção entre raça, cor ou origem. Pois é um sentimento que une todos os biótipos que nos compõem. E que conquista até os que aqui vem morar e acabam adotando esta terra como sua.

Feliz do povo que assim pode ser. E que cresce unido, buscando ser moderno sem esquecer seu passado.

Fotos: Carlos Oliveira

Transporte de contêineres pela hidrovia – Os números que assustam.

Os dados que são utilizados neste texto são provenientes do site oficial da Superintendência do Porto de Rio Grande – SUPRG. Eles revelam o número de contêineres movimentados na área sob sua jurisdição, no qual se encontra o TECON Rio Grande, que é o terminal privado especializado na movimentação deste tipo de carga. Os dados disponíveis até hoje só abrangem os meses de janeiro a julho de 2012. E são os seguintes:

Mês
Volume de contêineres movimentados (TEUs)
Dias de cada mês
Média diária de contêineres (TEUs)
Janeiro
48.666
31
1.569,87
Fevereiro
45.838
29
1.580,62
Março
47.093
31
1.519,12
Abril
45.124
30
1.504,13
Maio
44.955
31
1.450,16
Junho
56.099
30
1.869,96
Total
287.775
182
1.581,18

Neste impressionante número de 287.775 contêineres movimentados nos seis primeiros meses do ano, nós sabemos que nem todos os contêineres serão transportados de imediato pelas nossas estradas. Alguns que vem vazio ficam armazenados, a espera do momento certo de transitar. Ocasião em que são enviados até o seu local de carregamento, para posteriormente retornarem ao porto e serem embarcado em algum navio. O certo é que em algum momento estes contêineres vão rodar em nossas estradas. E este transporte vai ocorrer de forma dobrada. Já que os mesmos necessitam ir ao local de carregamento para posteriormente retornarem ao porto de embarque. Ou irem ao local de descarga para posteriormente retornarem ao porto, carregado ou não.

Se por um lado nós devemos nos orgulhar do grande movimento realizado, por outro lado é assustador constatar que nenhum destes contêineres viaja pela hidrovia. Mesmo ela tendo seu trajeto em paralelo com a principal ligação rodoviária para o porto de Rio Grande. A média diária superior a 1.518 veículos pesados que transita rumo a Rio Grande demonstra, de forma clara a falta de uma política pública eficiente e eficaz para solucionar o problema de nossas estradas. Cuja manutenção esta sempre abaixo do desejado. Já que não há como fazê-la e manter, concomitantemente, volume tão grande de veículos pesados circulando sobre a mesma.

Assusta também pensar que grande parte deste tráfego passa pela nossa congestionada e estrangulada BR-116, em Canoas. E não são raros os casos em que os caminhões se valem de passar por dentro das ruas da cidade, numa busca de solução para o tráfego lento ai existente.

Assusta muito constatar que a média de veículos pesados é constante durante todos os meses. Atingindo muito a qualidade de vida de nossa população nos meses de veraneio. Período em que os passeios se tornam mais comuns. E o risco de acidentes fica mais elevado.

Não é demais lembrar, que cabe ao governo não apenas a cobrança de impostos, mas a realização de políticas públicas que visem o nosso bem-estar comum. Propiciando um nível de vida melhor e um crescimento econômico sustentável. Neste ponto devemos cobrar não só propostas, mas soluções coerentes com o papel que o Estado deve cumprir. Não podemos nos contentar com uma visão de Estado mínimo, administrador e fiscalizador. Que deixa por conta da iniciativa privada a força motriz do desenvolvimento sócio econômico. Já que em muitos casos o que a iniciativa privada pensa é tão somente nos seus interesses. No que lhe é bom, favorável e rentável. Já ao Estado, compete pensar no bem–estar social de toda a população, e não de uma ou outra classe ou camada social. É por este motivo que ele é Estado e possui o poder que lhe foi instituído ao longo do tempo.

Se o Estado não se impor, cada agente econômico vai fazer apenas o que melhor lhe agrada. Infelizmente são poucos os empresários que pensam no bem comum. Isto é um dever do Estado. E é tremendamente preocupante vermos que mesmo possuindo portos e o poder de fomentá-los, desenvolvendo-os de forma rápida e eficaz. Os mesmos ficam relegados a um plano secundário. Carentes da vontade política de torná-los verdadeiros instrumentos de desenvolvimento socioeconômico. E quando isto acontece, o que nós vemos é um crescimento desordenado. Que traz consigo tantos danos quantos benefícios. Só que os benefícios são privados e os danos são públicos. Pensem nisso!

Fotos: Carlos Oliveira