quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A importância de estaleiros para a manutenção das pequenas e médias embarcações.


Já tem alguns dias foi escrito um artigo referente a importância de termos uma política de estímulo e fortalecimento da indústria naval.  (veja link: http://www.vcvesteio.blogspot.com.br/2012/06/polo-naval-uma-realidade-muito-mais.html) Não só aquela que atende aos grandes projetos, mas principalmente a destinada ao reparo e manutenção das pequenas e médias embarcações. Aproveito a oportunidade em que o rebocador “Alm. Saldanha da Gama” subiu a carreira do estaleiro da Navegação Green Card Ltda para retomar o assunto.

Veja o caso do Estado de Santa Catarina, mais especificamente dos estaleiros instalado ao longo do rio Itajaí Açú. Entre os municípios de Itajaí e Navegantes, cada um em uma margem do rio, há 05 (cinco) estaleiros: Estaleiro Itajaí, Detroit Brasil, Fibrafort, Navship e Keppel Singmarine Brasil. Os três primeiros aqui citados localizam-se em Itajaí e os dois últimos em Navegantes.

A Fibrafort é especializada em embarcações de esporte e lazer. Foi fundada em 1993 e emprega hoje cerca de 300 funcionários. Domina todo o processo de produção, e devido a qualidade de seu produto possui o reconhecimento do mercado internacional.

O estaleiro Detroit Brasil Ltda., é uma subsidiária do grupo chileno Detroit. Ocupando uma área de 90 mil metros quadrados, dos quais 14 mil se destinam a área industrial e 5 mil são cobertos. Se especializou na construção e reparo de pequenas e médias embarcações. Como rebocadores portuários e oceânicos, além de barcos de apoio como os Platform Supply Vessels – PSV tão utilizados no apoio às operações do setor petrolífero.

O Keppel Singmarine Brasil é fruto da aquisição do estaleiro TWB pela Keppel Offshore & Marine, de Cingapura. Voltado para a construção de embarcações de transporte de peças e suprimentos; que normalmente atendem as plataformas de petróleo. Nas metas da empresa foi estipulado a construção de 8 embarcações a cada ano. Isto na área de 77,666 mil metros quadrados, dos quais 7.386 são cobertos e dedicados ao parque industrial.

Estaleiro Navship Ltda, pertence ao Grupo Edison Chouest Offshore, tendo sido inaugurado no ano de 2006. Dedica-se a atender a demanda de embarcações de apoio a indústria de petróleo. E possuem em seu terreno de 175 mil metros quadrados, 31.145 metros quadrados de área coberta industrial.

O Estaleiro Itajaí S/A pertence atualmente a grupo espanhol Elcano. No passado o estaleiro foi pioneiro na América Latina na construção de navios do tipo químico-gaseiros. Nos dias de hoje ainda mantém este perfil, acrescido da capacidade de construir navios porta-conteineres e de apoio offshore. Ocupa uma área de 168.422 metros quadrados, dos quais 10 mil são cobertos.

Como podemos ver investir em política pública para o setor de construção naval é muito importante para o desenvolvimento de um estado. Nao só pela geração de emprego e renda, pelo aumento na arrecadação de impostos, pela mudança na dinâmica da região onde isto acontece, mas também pelo poder de agregar novas oportunidades e empresas para a região.

Temos de ver o exemplo de Santa Catarina como um modelo a ser seguido. E não podemos mais ficar parados, pois a oportunidade já se fez. Esta acontecendo e demora em nada nos beneficia. Nosso estado possui empresários do setor da construção naval, que estão há anos lutando para sobreviver. E não são poucos os que reclamam da falta de uma política de financiamento público para a compra de máquinas e equipamentos. Onde não se cobre uma garantia superior ao valor do bem a ser comprado. É preciso que o setor de licenciamento ambiental seja ágil no exame de cada caso. Levando em consideração não só os critérios técnicos ideais, mas a nossa realidade. Se por um lado se busca preservar o meio ambiente, e por este motivo se trava a instalação de empreendimentos formais. Por outro se estimulam e se proliferam empreendimentos sem as mínimas condições técnicas. Causando muito mais danos e prejuízos à natureza. Pois por serem informais, em muitos casos, não são nem do conhecimento dos órgãos de fiscalização governamentais. O certo é que se não tivermos uma política séria para o setor, corremos o risco de perdermos nossos empresários para os outros estados da nação. Será que é isto o que queremos? Pensem nisso!

Foto: Carlos Oliveira

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