quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

TRAVESSIA RIO GRANDE – SÃO JOSÉ DO NORTE – Balsa “Sofia” retorna a Porto Alegre.

A balsa “Sofia” de propriedade da empresa F.Andreis foi vista novamente atracada no cais Mauá, do porto de Porto Alegre. Construída no estaleiro SORENAV de Triunfo, ela seria empregada originalmente na travessia de veículos entre os municípios de Rio Grande e São José do Norte. No entanto, este fato não ocorreu, principalmente pelo relacionamento difícil e tumultuado entre as partes envolvidas.

A LÓGICA DO EMPRESÁRIO

Para a empresa F.Andreis a travessia ideal de veículos de carga pesada deveria ocorrer na região da barra, próximo ao terminal de contêineres de Rio Grande.este local possui a menor distância entre as duas margens. Possibilitando uma travessia rápida e segura. A um custo bem menor, para os transportadores, se for considerado a distância em si do percurso. Possibilitando também um aumento significativo no número de viagens possíveis de serem realizadas.

A LÓGICA DA SUPRG

No entanto a administração da Superintendência do Porto de Rio Grande – SUPRG não aprovou este local. Já que possui intenções de utilizá-lo comercialmente como área de expansão do próprio TECON. Ou seja, ao pensar única e exclusivamente no seu lucro, a SUPRG faz prevalecer o seu interesse econômico sobre o bem-estar social das comunidades envolvidas.

A LÓGICA DA PREFEITURA DE RIO GRANDE

Já para a Prefeitura Municipal de Rio Grande a travessia de veículos de carga é um problema grave. Já que ela ocorre junto a área central da cidade. E nos períodos de maior movimento ocasiona uma concentração muito grande de veículos no local. Por este motivo ela pressiona a empresa F.Andreis a ser mais eficiente. Culpando-a por algo que esta além de sua responsabilidade. E ao mesmo tempo não pressiona a SUPRG para fazer valer a lógica da travessia pela barra.

A LÓGICA DA PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO NORTE.

Para a Prefeitura Municipal de São José do Norte a travessia também é problemática. Seu atracadouro é na área central da cidade. E o espaço do mesmo é muito apertado para receber a balsa “Sofia”. Podendo comprometer desta forma a segurança das barcaças de transporte de passageiros. Que também é problemático com relação a qualidade do serviço prestado. A fila de caminhões não é bem vista. E no período de verão, quando o fluxo de veículos leves aumenta, os problemas também aumentam.

EM BUSCA DE DESTAQUE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Há anos se fala em realizar uma ligação direta entre os dois municípios. As duas hipóteses preferidas pelos políticos, pois assim eles ganham espaço na mídia, são: Túnel e Ponte.

Ambas as obras são caras. E em se tratando de Brasil terão necessariamente um custo muito mais elevado do que o estimado originalmente.

A FALTA DE ESPÍRITO PÚBLICO

Como podemos ver, o que esta faltando é espírito público. Aquele que pondera entre o real e o desejável. Mas que não perde de vista o interesse da comunidade envolvida na questão. Aquele que não deixa o interesse puramente econômico prevalecer, de forma ditatorial, sobre o bem-estar social. Neste caso a travessia pela região da barra é a solução mais rápida e eficiente. Negar este fato é ser tendencioso ou omisso. Mas adotar esta solução possui um custo. Que é o de ter de se construir um acesso rodoviário de qualidade nas duas margens do canal. Para que os veículos de carga possam trafegar com segurança até o local de embarque ou desembarque junto a balsa. A eternidade desta discussão só pode ser vista como a falta de espírito público entre as autoridades envolvidas. Que inexplicavelmente demonstram interesse que os afeta diretamente. E que tanto estresse causa a suas comunidades. Diante do fato, cabe a nós questionarmos até quando esta situação vai persistir?

Foto: Carlos Oliveira

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