sábado, 21 de junho de 2014

O VALOR DE UMA MARINHA MERCANTE FORTE – Navio mercante “Silvaplana” chega a Porto Alegre.

O navio mercante de bandeira Suíça, “Silvaplana” chegou na manhã de céu encoberto ao porto de Porto Alegre. Sua atracação foi concluída às 11:10. E em seus porões o navio trouxe um carregamento estimado em 10.300 toneladas de sal marinho. Produto oriundo do estado do Rio Grande do Norte, e que é o único de origem nacional aqui descarregado. O que mostra o quanto esta empobrecida o fluxo de mercadorias do nosso porto de Porto Alegre. Que em nada lembra o perfil de atividades que eram realizadas há alguns anos atrás.

Outro fato que quero chamar a atenção é para a bandeira do navio mercante “Silvaplana”. Registrado no porto da cidade de Basel, o navio ostenta a bandeira da Suíça. Pais que mesmo encravado no meio da Europa. Sem saída para o mar, e tendo apenas no lago de Genebra seu maior contato com a água. Possui registrado, sob sua bandeira, uma frota de navios mercantes. Por outro lado, contrastando com o fato. Esta o Brasil, um país que possui uma costa com mais de 8.000 km de extensão. E cuja marinha mercante é reduzidíssima. Não atendendo a sua demanda normal. E que por este motivo tem de contratar navios de bandeira estrangeira para transportar o que é do seu interesse. Criando uma dependência perigosíssima. E sangrando os cofres públicos que tem de pagar pelo serviço em moeda forte.

Na verdade somos dependentes de navios de outros países. E enquanto esta situação perdurar, continuaremos a ter um papel secundário no mundo atual. Reverter esta situação passa por valorizar a navegação, a atividade portuária e a construção naval. Não como se esta fazendo nos dias de hoje. Onde tudo foi projetado para atender a um único cliente, a PETROBRAS. Mas sim, como já ocorreu no passado. Onde os nossos estaleiros eram empresas competitivas. Que possuíam destaque internacional. E eram protegidas por um governo forte. Que influenciava positivamente na política para o setor de transporte marítimo. De forma a valorizar as nossas empresas, dando-lhes condições de competir de igual para igual com suas concorrentes internacionais.

Pensem nisso, pois se quisermos que o Brasil algum dia seja um país independente. Isto virá por meio de uma marinha mercante nacional forte e atuante.

Muito Obrigado!

Vanderlan Vasconselos

Fotos: Carlos Oliveira

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