segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Navegação noturna.

Eram apenas 21:15 da noite de sexta-feira (31/JAN), quando a escuridão foi rompida pela tênue luz de navegação, de uma barcaça que se deslocava rapidamente pelas águas do Guaíba. Regulando sua máquina fotográfica para as condições extremas, uma sequencia de fotografias foi feita em pouco tempo. E graças à luz emitida pela cidade, foi possível de se descobri a embarcação que realizava a navegação noturna. Tratava-se da barcaça graneira “Piratini”, de propriedade da Frota de Petroleiros do Sul – PETROSUL. Que com seu desenho característico permitiu sua perfeita identificação.

Seu destino era o porto de Rio Grande. Onde esta previsto a sua atracação no Terminal Marítimo Luiz Fogliatto. E já se encontra atracado, desde às 13:12 do dia anterior, (quinta-feira, 30/JAN) o navio mercante “Admiral Bulker”. Este navio, que mede 169,37 metros de comprimento e possui 27,20 metros de largura, trouxe em seus porões 27.500 toneladas de trigo. Produto de origem argentina, e que fora embarcado no porto de San Lorenzo. Localizado as margens do rio Paraná.

Para muitos a navegação noturna é um fato novo. No entanto ela é amplamente utilizada pela nossa navegação interior. Já que esta possui tripulação experiente. Associado a embarcações de menor porte.

Já no caso dos grandes navios mercantes, a navegação noturna é proibida nas áreas compostas pelos canais artificiais. E isto não se deve ao fato de sua sinalização estar ou não em bom estado de conservação. Pois independente deste importante critério, há a questão da largura dos nossos canais artificiais. Que com 80 metros são considerados estreitos para garantir a segurança de navios que chegam a até 32 metros de largura.

É por este motivo, que quando escuto os discursos otimistas de parte de nossos governantes. Afirmando que com uma boa sinalização a navegação noturna pode ocorrer, eu faço questão de relembrar a necessidade da alargar os nossos canais. Pois não admito que uma meia verdade seja dita. Criando uma falsa ilusão entre nossa população. Que não leva a nada. E também não auxilia na formulação de uma política séria e eficiente para resolver o nosso problema. Falo isto, com a experiência de quem já foi Diretor Superintendente de Portos e Hidrovias. E acreditou no discurso dos técnicos desta autarquia. Discursos estes, distantes da realidade. E que quando foi confrontada pela solicitação oficial de informações, por parte da Marinha do Brasil, nossa autoridade marítima, se esquivaram de todas as formas para fornecer os dados solicitados. E com isto, colaborar para o surgimento de uma política séria para o nosso caso. Pensem nisso. Pois o problema é muito maior e mais grave, do que parece. E o mesmo não será resolvido única e exclusivamente com a colocação de boias de sinalização.

Foto: Carlos Oliveira

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