Como podemos ver, nos dois textos anteriores, a não utilização de nossa hidrovia para o transporte de nossa produção, valendo-se de contêineres, é um caso amplo. Vimos que nos falta vontade de assim procedermos. Não nos empenhamos buscando a qualificação do pessoal e material para assim podermos exercer de forma eficiente e eficaz nossa hidrovia.


O maior orçamento do Estado esta ligada a manutenção de rodovias. Não me arrisco a incluir neste tópico a construção de rodovias. Pois isto é exceção no tocante às verbas públicas. Na realidade tapamos buracos e recapamos trechos sem nunca conseguirmos concluir nossas demandas.
Sabemos que a indústria automobilística é forte e poderosa. Que seus caminhões são importantes no transporte de nossa produção. Mas não podemos aceitar que o mesmo seja a única solução. Não podemos enviar um carga por até 5 mil quilômetros via rodoviária.
Sabemos também que as grandes empreiteiras são as únicas capazes de atender as demandas pela construção de estradas, pontes, viadutos e túneis que nosso país necessita. Mas não podemos comprometer a totalidade de nosso orçamento somente com elas. Principalmente por que no passado nós já tivemos um órgão, o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens – DAER, que já possuiu a capacidade de construir. E hoje se encontra sucateado, fazendo um papel muito mais burocrático, do que sendo o braço do Estado a exercer as ações do seu interesse direto.
Sabemos que muitas de nossas empresas de logísticas, são na realidade apenas transportadoras rodoviárias. Não dando aos seus clientes a opção de uma variedade no transporte da produção de seus clientes. Para citarmos uma exceção, e assim mostrarmos que existem empresas diferentes, lembro o caso da América Logística Latina – ALL, que possuía o transporte ferroviário e rodoviário associado.
O Estado não pode ser refém dos interesses privados. Como ente público ele tem de ter políticas públicas voltadas ao bem-estar de sua população. E que dê condições dos empresários aqui estabelecidos de poderem optar pelo modal de transporte que mais lhe agrada. E neste caso é preciso criar as opções para que o mesmo possa escolher. Eu não conheço nenhum empresário que opte pelo modal mais caro de transporte se existir uma opção mais econômica e eficiente. Nenhum fabricante de calçado vai exportar seu sapato de avião porque este é mais rápido. Ele o envia de navio, e com isto ganha condições de competitividade. O raciocínio vale para todos os demais produtos que nós produzimos. Pensarmos neste assunto é essencial para que nosso futuro seja melhor. Pensem nisso!
Fotos: Carlos Oliveira
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