quarta-feira, 26 de setembro de 2012

“Santa Teresa” atraca em Rio Grande e opera com 551 contêineres.


No intuito de dar maior visibilidade a questão dos contêineres, resolvi dar neste texto uma demonstração de como é a dinâmica deste tipo de carga. Para tanto sito o caso do navio mercante “Santa Teresa”, de bandeira liberiana que operou entre os dias 23 e 24 deste mês no Terminal de Contêineres do porto de Rio Grande, mais conhecido como TECON Rio Grande. A fotografia vinculada não é do mesmo, mas serve de ilustração para aqueles que nunca viram um navio porta-contêineres operando no TECON Rio Grande.

O “Santa Teresa” é um navio novo, construído no ano de 2011, pelo estaleiro sul-coreano Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering. Localizado na cidade de Goeje. Este foi o casco de número 4.232 deste estaleiro. Tendo sido lançado ao mar em julho de 2011, e finalizado e entregue no mês de setembro do mesmo ano. Marcando com isto uma característica dos estaleiros mais modernos do mundo, que é a rapidez com que constroem e entregam seus produtos aos clientes. Sendo de propriedade da empresa Columbus Shipmanagement, de Hamburgo – Alemanhã, ele foi arrendado para a empresa Aliança Navegação e Logística. Tendo a capacidade nominal de transportar até 7.100 TEUs, ou sejam 7.100 contêineres de 20 pés, dos quais 1.600 do tipo refrigerado. Por esta característica foi incorporado a navegação na costa atlântica do continente sul-americano.

Em sua viagem atual, o “Santa Teresa” partiu do porto de Montevidéu e fez sua primeira escala em Rio Grande. Quando chegou às 15:38 do domingo (23). Durante sua estadia o navio operou os seguintes volumes:
Operação
Quantidade
Tamanho do Contêiner (pés)
Característica
Carga
170
20’
Cheio
Carga
189
40’
Cheio
Descarga
116
20’
Cheio
Descarga
76
40’
Cheio
Total
551





Ao partir de Rio Grande às 18:20 de segunda-feira (24) ele conseguiu fazer 551 operações em menos de 27 horas. Considerando que o navio também realizou outros procedimentos burocráticos e característicos da própria realidade marítimo portuária. Como a de ser fiscalizado pelos órgãos federais, ser abastecido dos bens que necessita, e realizar os procedimentos operativos de atracação e desatracação.

A agilidade deste tipo de operação é o grande fator a ser buscado. E é ela que diz se um porto ou terminal é bom de operar ou não. Garantindo com isto seu sucesso ou não. Seu maior ou menor poder de atração de clientes, de navios e empresas interessadas em operar junto a este terminal. Este grau de perfeição só se atinge com investimento constante em equipamentos e treinamento dos funcionários. Quem não fizer isto não vai progredir. Assim sendo, quando se vê um porto parado, com operações escassas, é lógico de se imaginar que o mesmo não acompanhou as exigências do mercado. E esta verdade não vale apenas para os terminais de contêineres, ela vale para todos os demais tipos de operação. Pensem nisso! E quando lhe disserem que um porto esta inoperante, ou deficitário. E que aquele espaço seria mais bem utilizado em outra função, que não a portuária. Vejam se esta é a melhor solução para o caso ou apenas um motivo para abandonado de vez. Afinal de contas, um terminal operativo e moderno é sempre gerador de riquezas, progresso e desenvolvimento.

Foto: Carlos Oliveira

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