quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Os contêineres no porto de Porto Alegre.


Após ter escrito que o porto de Porto Alegre não opera com contêineres, fui indagado por um morador de Esteio que me disse ter visto um destes no porto. Segundo o morador, o mesmo se encontrava perto da estação Mercado do Trensub. Diante da pergunta, que acho pode ser de outras pessoas que também já viram contêineres transitando pela área do porto da capital, vou explicar aqui a situação.

O porto de Porto Alegre, que é uma concessão federal para ser explorado pelo Estado do Rio Grande do Sul, possui uma excelente estrutura. Nele esta instalado o escritório do Ministério da Agricultura, no andar térreo do prédio da administração da SPH, e cuja entrada se dá pelo lado do rio. Junto ao armazém B-3 esta o escritório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Na parte externa a área portuária, apenas atravessando a Avenida Mauá fica o prédio histórico da Receita Federal, com o setor específico para fiscalização. Sendo que este órgão, também possui um espaço reservado dentro do armazém D-4, no cais Navegantes. Onde pode se instalar e ali trabalhar se assim achar conveniente. E principalmente, o porto possui uma área, que esta operando com o sistema de segurança internacional chamado ISPS-Code. Que visa garantir a integridade física dos navios atracados, e com isto a segurança nas operações de carga e descarga. Com monitoramento 24 horas por dia e sob fiscalização direta da polícia Federal. Todos estes ingredientes juntos nos habilitam a fazer operações de importação e exportação com outros países. No entanto, de nada vale se não existe uma política pública para aproveitar estas vantagens e materializá-las em operações de carga e descarga.

Com relação aos contêineres que são vistos dentro da área portuária, isto se deve a execução da fiscalização federal sobre os mesmos. Estes contêineres depois de carregados, o termo utilizado é estufado, tem de ser vistoriado pelas autoridades federais. Como em nosso porto há uma estrutura completa para executar isto, alguns exportadores o enviam para lá e aguardam a vistoria. Após, os mesmos são lacrados e seguem viagem, por rodovia, até o porto em que serão embarcados. Que pode ser o de Rio Grande, ou um dos vários existentes no Estado de Santa Catarina.

Espero que esta explicação tenha sido suficiente para tirar as dúvidas que por ventura mais alguém tenha. Também espero que um dia nosso porto possa operar de modo mais ativo. Não sendo apenas um recebedor de cargas, mas também um porto de embarque de nossa produção. De modo que possa impulsionar nossa economia gerando riquezas e bem-estar social.


Fotos: Carlos Oliveira

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