
O segundo fato que chamou a atenção dizia respeito a localização da barcaça graneleira “Trevo Sudeste”. Que se encontrava encostado a ilha da pintada com sua popa para o lado do estádio Beira Rio e a proa no sentido oposto. A dúvida inicial era saber se a barcaça fora posta assim por iniciativa de seu comandante. Que navegando constatou problema na sinalização náutica e resolver amará-la as margens da ilha. Ou se aquilo era fruto de sua desorientação, causada pelo deslocamento da sinalização. Resultando no seu encalhe.
A OPERAÇÃO DE DESENCALHE
As 08:30 o rebocador “Almirante Tamandaré” chegou e se posicionou junto a barcaça. Tentou puxá-la pela popa num ângulo de aproximadamente 90 graus sem, no entanto obter sucesso. Este rebocador retorna para o porto e é substituído quase uma hora depois pelo rebocador “Goiânia”, também da Navegação Amandio Rocha – NAR. Que desta vez consegue retirar a barcaça de sua posição e a devolve ao canal de navegação. Eram 09:28 quando isto ocorreu. O rebocador soltou o cabo que o prendia a barcaça, liberando-a para seguir sua viagem. Cujo destino se tornou claro no momento em que ela começou a navegar rumo a Rio Grande.
UMA HIPÓTESE PARA O OCORRIDO
Uma hipótese para explicar o ocorrido leva em consideração a desorientação espacial causada pelo deslocamento da BLE nº137. No qual o comandante da embarcação ao seguir o seu rumo não percebeu que a mesma estava em posição errada. E no momento que fez a curva já se encontrava muito próximo a margem da ilha da Pintada. Sem espaço de segurança e com a correnteza o empurrando com força na direção da terra. O encalhe ocorreu quando a embarcação tocou o fundo do rio. Sendo freada pelo atrito. Já o giro foi em decorrência da força da correnteza. Que continuou a empurrar a embarcação que neste momento se encontrava presa pela proa.
INVESTIGAÇÃO
Segundo as normas marítimas, o fato deveria ter sido informado a autoridade marítima da área. Como isto não ocorreu agora compete a Marinha do Brasil não só investigar o fato como buscar saber o porquê do mesmo não ter sido relatado à autoridade marítima. A Marinha do Brasil possui um grande trabalho em prol da segurança da navegação. E todo incidente, acidente ou fato relevante é sempre uma fonte de ensinamento. Que contribui para o aperfeiçoamento dos tripulantes e das normas de navegação. É este o espírito da lei e das normas aplicadas a navegação.
Fotos: Carlos Oliveira
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