quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O CARTÃO DE VISITAS DE NOSSO ESTADO.

Quando um turista ou um empresário chega de avião a Porto Alegre, o Delta do Jacuí e as águas do Guaíba marcam a paisagem. No encontro da cidade com o rio, o cais do porto chama a atenção. E dele não se pode negar é possível de se ter uma visão do que foi e do que é a realidade econômica do estado e da nossa capital. Sua extensão revela que ali a atividade econômica foi próspera. Do contrário ele não seria tão grande. No entanto o seu estado de abandono, também indicam que há algo de errado em termos econômicos. Pois em todo o mundo, os portos são locais de comércio. E sua movimentação indica a força deste segmento econômico, e a dinâmica daquele local. Logo, um porto é sempre um cartão de visitas de uma cidade, da região que a circula e de um estado.

 Portos dinâmicos são portos com grande movimentação de navios. Quanto maior o número de navios mais dinâmicos eles são. Mais emprego há para quem quer trabalhar. Seja como empregado; seja como empregador ou empreendedor. Pois aonde a economia flui, há sempre oportunidades. E aqueles que foram mais competentes e eficientes vão progredir.

Diante desta realidade, o nosso porto sempre será o nosso cartão de visitas. Se no passado ele foi dinâmico. E  por isto criou as condições propícias para o surgimento de uma série de empresas. Na atualidade esta realidade não existe mais. Muito pelo contrário, a sua capacidade de receber e operar navios foi restringida. Reforçando uma ideia equivocada. De que o Porto de Porto Alegre, por se encontrar em um lago, não é um porto com capacidade marítima. E como tal foi considerado como de segunda linha. E desprezado nas atenções do setor público em detrimento do porto de Rio Grande.

Rasgamos um dos nossos cartões de visita, e de certa forma condicionamos a nossa economia a ter de sobreviver sem este fabuloso instrumento da logística mundial, que é um porto comercial com capacidade marítima.

Um segundo erro foi pensar que o turismo pode substituir o poder econômico de um porto ativo e competitivo. E que nós temos um produto um produto diferente, com força e capaz de atrair o público de outros locais turísticos do mundo para cá. Me refiro ao “Por do Sol do Guaíba”.

Esta opção é, por definição fraca e inconsistente. O Por do Sol existe em todo o lugar do mundo. Em alguns a paisagem é mais bonita, em outros não. Nem sempre ele é bonito, pois há os dias de céu nublado, de chuva, ou simplesmente sem brilho e beleza no qual ele ocorre. Sua duração é diminuta ao logo do dia. E é por este motivo que como opção de atrair o turista ela se esvazia.

Torná-lo um local de comércio a céu aberto, as margens de um rio que se tornou lago também é um argumento fraco. Como local de comércio o centro da cidade esta cheio de espaços vazio. Cujo aluguel, mesmo sendo mais barato não encontram interessados. E isto se deve ao enfraquecimento de nossa economia ao longo dos anos.

Como local de turismo ele deverá ter um turismo seletivo. Voltado ao público de maior poder aquisitivo. Pois não vejo grandes empreendimentos sendo projetados para atender a demanda do público mais pobre. Aquele que vai e não consome. Pois tem muita disposição para se divertir num local bonito, mas possui pouco poder aquisitivo. Que leva o seu sanduíche e deixa para comprar no local mais em conta, uma garrafa tamanho família de refrigerante. Este público, normalmente é visto como um perigo em potencial. E é tratado com dureza pelo serviço de segurança local.

Caminhamos na contramão da história. Pois, se o nosso porto tivesse recebido investimentos e incentivo de nossos governantes na sua atividade fim. Ele estaria gerando muitas vagas de emprego. E como tal alimentando os setores do comércio, de serviços, e do laser. De forma muito mais dinâmica e rentável. Pois parte do dinheiro que circula entre os trabalhadores do porto, iria retornar para estes seguimentos da nossa economia. Que por sua vez também gerariam novos impostos.

Como podemos concluir, nossa realidade é fruto de nossas escolhas. E nossas escolhas vão ditar a nossa realidade. Quando fazemos escolhas certas, o resultado nos é favorável. Já quando as escolhas são equivocadas, as consequência não tardam a chegar. Se o nosso porto é o nosso cartão de visita. Nós deveríamos cuidar melhor dele. E não é isto o que esta sendo feito. Pensem nisso.

Muito Obrigado!

Vanderlan Vasconselos.

Fotos: Carlos Oliveira

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