O presente texto visa mostrar o porquê de o custo Brasil ser um problema muito sério. Cito este caso, pois o navio mercante “Arosa” esteve operando em Porto Alegre e daqui partiu vazio.

Considerando que o “Arosa” é um navio estrangeiro, cujo fretamento é pago em dólares. E que em média o custo diário de aluguel de um navio é de U$ 25.000,00 (vinte e cinco mil dólares). O custo que o país teve nos 20 dias em que o “Arosa” ficou parado em frente ao porto de Rio Grande foi de U$ 500.000,00 (quinhentos mil dólares). Como sabemos que o navio seguiu viagem para o porto de Santos. Aonde o congestionamento é muito maior. Este custo haverá de ser ampliado ainda mais. Nesta situação, exportar ou simplesmente tentar embarcar em um navio torna-se um negócio de risco. Que pode até inviabilizar a economia nacional. E talvez seja este um dos motivos que faz com que nossa balança comercial esteja sempre demonstrando resultados pouco expressivos.
Por um lado nossa logística de portuária é deficitária. Com poucos investimentos, principalmente nos portos públicos. No caso do navio mercante “Arosa”, se ele chegou ao Porto Organizado de Porto Alegre com 9.000 toneladas em seus porões, isto indica que ele poderia ter saído no mínimo com igual volume de produto. Agilizando a sua viagem e economizando recursos que nos são tão caros de se conseguir.
Por outro não possuímos uma marinha mercante forte. Os navios que possuímos mal conseguem fazer a navegação de cabotagem. Quanto mais se serão capaz de transportar a nossa própria produção nos seus porões para outros países, ou de lá trazerem o que necessitamos. A exceção, esta por conta da Petrobras, mas mesmo assim sua frota é menor do que sua necessidade. Obrigando-a fretar navios estrangeiros para atender os volumes movimentados.
Este fato é muito grave e merece uma reflexão mais profunda. É um problema antigo e tem de ser enfrentado de frente. Enquanto nos dias de hoje se fala tanto em polo naval. O tom dos discursos é única e exclusivamente para atender as demandas da Petrobras. Não se fala em construir navios para as empresas de navegação nacional. Não se fala em valorizar aos pequenos e médios estaleiros. Este é um erro que temos de reverter. Pois do contrário vamos continuar a trabalhar para vender ao exterior nossa produtividade. Sem que o país consiga com isto fazer caixa. Ampliar nossas reservar. Pois estaremos gastando tanto quanto estamos ganhando no pagamento do frete de quem leva nossa produção. Isto já ocorreu no passado e continua a ocorrer no presente. E quem nega isto esta prestando um desserviço à nação.
Pensem nisso!
Foto: Carlos Oliveira
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