segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Navio-tanque “Gas Puffer” transporta carga entre Triunfo e Rio Grande.



O navio-tanque “Gas Puffer” há dias fundeado na área “Charles”, localizada próximo a entrada do canal Santa Clara, do Polo Petroquímico de Triunfo, e que fica no rio Jacuí, partiu no início da tarde de domingo (18) para o Porto de rio Grande. Lá seu objetivo será o de completar a carga de Butadieno, que o navio “Gaschem Atlantic” esta transportando. Ao todo, serão transferidas do “Gas Puffer” 3.050 toneladas de butadieno. Esta manobra se faz necessária devido à limitação do calado entre os portos de Rio Grande e Porto Alegre em 5,18 metros de profundidade.

A título de esclarecimento, e este momento se presta para isto. Quando é feito aqui referência à necessidade de se ter um calado maior, como forma de reduzir-se o custo, estamos tocando num assunto muito importante. Pois os navios que aqui operam, o fazem com um volume menor de carga. Queremos dizer que este custo não é um problema único e exclusivo da empresa que esta operando com o navio. Este custo é de toda a sociedade gaúcha e brasileira.

 No caso da Braskem, ela esta alugando dois navios estrangeiros para realizar o transporte da carga. E isto é um custo que ela arca.

Para o Estado, este custo representa uma redução na lucratividade da empresa. Que repercute na redução dos valores que a mesma poderia ter disponível para reinvestir no próprio negócio que aqui mantém. Gerando mais empregos, um aumento no volume dos negócios e consequentemente no aumento da arrecadação de impostos. Também, reduz de forma direta o valor a ser repassado aos seus funcionários na participação dos lucros obtidos pela empresa. Valor este, que por ser repassado diretamente à mão do trabalhador, movimento o comércio local como um todo.

Para o Brasil o prejuízo se faz na perda de divisas importantes e preciosas, que são destinadas ao pagamento do aluguel em dólar de dois navios estrangeiros, ao invés de apenas um. Também há um custo que dificilmente é percebido. Mas que diz respeito à necessidade do navio ter de ficar com seu motor funcionando enquanto espera o momento certo de operar. Pois diferente de um carro, que quando parado aceita que se desligue o motor, um navio tem de ficar com seus motores ligados para alimentar de energia seus sistemas. Não podemos nos esquecer de que o navio é concomitantemente o meio de transporte e a casa dos seus tripulantes. E se tratando de produtos perigosos, os sistemas são fundamentais para a manutenção da segurança como um todo. Neste caso nós temos um consumo desnecessário de combustível fóssil, que gera não só poluição, mas um custo Brasil maior.

A verdade é que estamos parados no tempo. O porto de Porto Alegre é um projeto do final do século 19. Realizado ainda na primeira república, e que se encontra em descompasso com a realidade do século 21. O projeto inicial foi muito bom e ainda consegue cumprir com parte do seu objetivo, passadas mais de 9 décadas. No entanto, temos de investir na sua modernização. E infelizmente isto é urgente. Este é o nosso desafio. Será que temos capacidade para solucioná-lo?

Pensem nisso!

Fotos: Carlos Oliveira

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