
Na falta de planejamento, a cidade viu-se diante de uma série enorme de desafios. Cujo esforço vai exigir além de recursos financeiros, planejamento, dedicação e mão de obra qualificada. Tanto para o setor de construção dos navios em si, quanto para o da administração pública, da saúde, da educação, e assim por diante.

Neste ponto, no RS, apenas algumas empresas sobreviveram e sobrevivem a duras penas. E é graças a elas que a nossa navegação interior continua a executar sua missão de garantir o nosso desenvolvimento socioeconômico, transportando produtos e mercadorias pelas águas de nossos rios, lagoas e lagos.
Um exemplo vivo desta realidade é o estaleiro localizado na ilha da Pintada, em Porto Alegre. Aquele espaço estratégico, já foi ocupado por uma série de empresas. Sua vocação sempre foi a de dar suporte à manutenção das embarcações. Hoje o mesmo é administrado pela empresa Navegação Green Card Ltda, com sede na capital do Estado. Graças a sua existência, é que ele pode atender a uma emergência ocorrida com o rebocador “TS Atirado”, da empresa carioca Tranship. Pois o rebocador, em seu percurso até Porto Alegre, colidiu contra um objeto submerso, danificando seu sistema de propulsão. Fato que tornou obrigatório seu reparo de forma emergencial, para que ele possa seguir sua viagem de volta.
No qual ira rebocar uma balsa carregada com quatro transformadores. Para este tipo de reparo exige-se que a embarcação seja retirada da água. Operação rotineira, mas não por isto menos complexa e delicada. O que devemos ver e aprender com este fato é de que quando se fala em Polo Naval, não devemos apenas pensar em grandes projetos. Devemos alargar nosso horizonte e ver a questão sob o prisma das pequenas e médias empresas que vão prestar serviço à navegação de apoio e interior também. No setor da construção naval, uma embarcação de pequeno ou médio porto dificilmente será atendida por um estaleiro de grande porte. Isto porque este estaleiro não foi feito para isto. Sua concepção é totalmente diferente. E se nós queremos realmente ter uma navegação forte e um Polo Naval consolidado, isto vai exigir que nós também pensemos nos pequenos e médios estaleiros. Pois seu trabalho é fundamental para que isto ocorra.
Dar condições para que os mesmos consigam financiamento, visando sua melhoria técnica é um passo importante. Mas não é o único. Não podemos nos esquecer de que são as pequenas e médias empresas as que mais geram trabalho. Fortalecê-las é ter a certeza de que nossos jovens terão uma vaga de trabalho no futuro. E que nossa economia terá o dinamismo que desejamos que tenha.
Fotos: Carlos Oliveira
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