sexta-feira, 19 de abril de 2013

IMPORTANTE PARA SE PENSAR E REFLETIR


“Trevo Nordeste” transporta celulose para Rio Grande.

A barcaça graneleira “Trevo Nordeste”, de propriedade da Navegação Aliança, atracou às 03:25 da madrugada de terça-feira (09) no Porto Novo de Rio Grande. Em seus porões ela estava transportando cerca de 2.200 toneladas de celulose. Produto embarcado no terminal de uso privado (TUP) da empresa CPMC Celulose Riograndense, com unidade industrial localiza-se no município de Guaíba.

É importante observarmos que o aproveitamento do transporte por barcaças não é novidade por parte da empresa. Já que isto faz parte do projeto inicial da fábrica de celulose. Quando a empresa norueguesa Borregaard aqui chegou pela primeira vez, em 1968. E se instalou comprando área (1970) e construindo uma fábrica, inaugurada no ano de 1972. O escoamento da produção já havia sido previsto para ocorrer via barcaças, para os portos de Porto Alegre e Rio Grande. De onde sua produção seria transferida diretamente para os navios de longo-curso que a levariam para a Europa.

Esta mentalidade persistiu após a venda da unidade para o grupo Sulbrasileiro / Montepio da Família Militar no final do ano de 1975. Dando origem à Rio Grande Companhia de Celulose do Sul – RIOCELL. Em março de 1982 os grupos privados Kablin, Iochpe e Votorantim assumem o controle da RIOCELL S/A. No ano de 2000 a Klabin adquiriu 100% do controle acionário da empresa, denominando Klabin Riocell S/A. Até que ela foi novamente vendida, desta vez para o grupo Aracruz Celulose no ano de 2003. Finalmente em dezembro de 2009 foi a vez de o grupo chileno CPMC adquirir a empresa e dar prosseguimento ao projeto de investimentos e expansão de seu parque industrial. Projeto este que prevê um melhor aproveitamento da hidrovia no transporte não só da produção, mas também da madeira a ser processada na fábrica. E que infelizmente não conseguiu sair do papel, devido às dificuldades na navegação junto ao rio Jacuí.

A importância deste projeto estava no incentivo que o mesmo representaria aos demais setores a ele vinculados. Como o da construção naval e metalurgia. Já que novas embarcações seriam construídas, para atender a demanda maior por transporte. E no agrícola por ser preciso plantar e cuidar das mudas até que estejam prontas para o corte, e seu transporte por via terrestre até o terminal portuário no qual serão embarcadas.

Mas tudo isto esta andando muito devagar. E o que temos atualmente é apenas o transporte da produção para o porto de Rio Grande. Até o embarque de celulose, via o porto de Porto Alegre deixou de ocorrer. E isto se deve a retirada dos navios que até aqui chegavam, transportando as bobinas de papel jornal. E que aproveitavam sua passagem pelo porto da capital do estado, para já saírem com parte do carregamento que levariam para a Europa, em seus porões. Deixando para ser carregado, no porto de Rio Grande, apenas o restante da carga que não podia ser embarcada aqui devido ao limite de profundidade do Guaíba, em 5,18 metros.

É por este motivo, que eu convido a todos os leitores para pensar e refletir sobre esta realidade. Pois não é possível admitir, que nossa situação atual não tenha uma solução razoável para este problema. E que hoje a nossa realidade seja pior do que a existente há 40 anos. Será que involuímos tanto assim?

Onde está a nossa capacidade técnica de apresentar e realizar as soluções para os problemas?

Onde esta a vontade política para solucionarmos nossos problemas?

Estas são perguntas que temos de fazer. Pois do contrário estaremos escondendo o Sol com a peneira. Pensem nisso!

Fotos: Carlos Oliveira

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