terça-feira, 22 de março de 2011

Investimentos na hidrovia fomentam economia e aumentam segurança nas estradas



17/03/2011 14:08:25

A falta de acesso rodoviário ao Porto de Rio Grande em razão do bloqueio de pontes na BR 116, após enxurrada na região sul, assim como desastres nas estradas provocados com caminhões contendo cargas perigosas levanta a discussão sobre a falta de investimentos nas hidrovias

O acidente que provocou a morte de 27 gaúchos e a enxurrada que derrubou pontes e provocou o bloqueio temporário da BR 116 depois da enxirrada que alagou o município de São Lourenço, trouxeram de volta uma das mais importantes discussões tratadas nos últimos meses: a falta de investimentos na recuperação e manutenção das hidrovias. A ponte do km 471 da rodovia Porto Alegre-Pelotas ficou parcialmente interditada no início da manhã de 11 de março, no sentido Capital-Interior. O local ficou bloqueado por mais de 10 horas por causa do avanço das águas de um arroio, que transbordou. No km 468, a interdição total permaneceu por alguns dias nos dois sentidos.
As duas pontes ficaram cobertas pelas águas e segundo informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) as cabeceiras cederam.
Para Superintendência de Portos e Hidrovias do Estado (SPH-RS) o problema gerado com o bloqueio das pontes reflete também na economia gaúcha, a partir do momento em que as cargas que deveriam chegar ao Porto de Rio Grande, ficam no meio do caminho ou sofrem atrasos significativos. “Nosso alerta é para a situação que hoje se encontram as rodovias gaúchas. Há uma saturação das estruturas e os investimentos na sua recuperação são altíssimos”, avalia o superintendente da SPH, Vanderlan Vasconselos. “Com pouco investimento – cerca de 10% dos recursos dispensados para estradas. Há uma estimativa de o RS investir R$ 200 milhões na recuperação de rodovias – na nossa principal hidrovia, que liga a Capital ao Porto de Rio Grande, teríamos um transporte de cargas muito mais seguro e barato. Essa medida tiraria, somente das estradas que ligam Porto Alegre a Rio Grande, cerca de 2 mil caminhões.”

ECONOMIA - O transporte pela hidrovia, segundo Vanderlan, custa seis vezes menos que o convencional e, além de ser mais barato, não tem pedágios. “Há ainda as questões ambientais, que são extremamente positivas, pois há uma preservação com a redução na emissão de poluentes, e especialmente, tornaria nossas estradas ainda mais segura”, afirmou. As principais rodovias, de acordo com o chefe da SPH, estão superlotadas com caminhões de cargas, os índices de acidentes envolvendo veículos pesados, que transportam cargas perigosas são altos. “Com o uso da hidrovia, índices como estes seriam reduzidos significativamente e situações como esta que aconteceu em São Lourenço, certamente não afetariam a nossa economia. Mas é preciso conscientizar-se da importância e do transporte hidroviário”, disse.

Vanderlan destaca ainda que pelas hidrovias gaúchas, circulam pelo menos um terço da economia gerada dentro do Estado. “Tudo que se refere a combustíveis, gás e outros derivados do petróleo, vem através dos canais hidroviários. Não é possível que não se faça uma discussão aberta sobre a situação deste setor”, questinou.

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