segunda-feira, 14 de março de 2011

Impasse na travessia do Guaíba



ANO 116 Nº 164 - PORTO ALEGRE, DOMINGO, 13 DE MARÇO DE 2011 – p:xx

Impasse na travessia do Guaíba

Prevista para começar até abril, a operação dos catamarãs precisa de licenciamento ambiental e enfrenta outros entraves
Transporte hidroviário depende da abertura de um canal de navegação entre Porto Alegre e Guaíba
Crédito: Mauro Schaefer
A travessia hidroviária entre Porto Alegre e Guaíba não começará nos próximos dias, como estava previsto. A projeção, anunciada no final de 2010 pelo governo passado, era de que o início do transporte em catamarãs ocorreria entre 20 de março e 20 de abril. Medidas fundamentais para a realização do trajeto fluvial ainda não saíram do papel.
Conforme o diretor da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), Vanderlan Vasconselos, o projeto não recebeu licenciamento ambiental, o que já serviria como impedimento suficiente. Outros processos indispensáveis para a habilitação da travessia também estão encalhados. "Não foi feita a licitação para a dragagem do Guaíba nem para a compra dos equipamentos de sinalização", alerta.
Vanderlan explica que o traçado do transporte está definido, mas um canal de navegação precisa ser aberto para que as embarcações consigam passar. "Será necessário dragar um canal com 1,7 quilômetro de comprimento e 80 metros de largura no traçado da travessia."
O diretor da SPH afirma ainda que o transporte de passageiros só poderá ocorrer de forma segura com os equipamentos de sinalização instalados. "Precisamos colocar boias com sinais luminoso, radar e GPS. Agora no verão o céu costuma estar limpo, há pouco vento e as condições de navegação são mais favoráveis. Imaginemos no inverno, quando o Guaíba fica tomado de neblina, o risco que pode ser carregar pessoas no catamarã", diz.
Outro desafio, segundo Vanderlan, será construir a estação de partida e chegada de passageiros. "A área destinada ao projeto, no lado de Porto Alegre, está ocupada pelo Grêmio Náutico União, que já foi notificado sobre a necessidade de desocupa-lá para o usufruto público", informa. Ainda segundo o diretor da SPH, dezenas de empreendimentos e entidades públicas e privadas estão sendo notificadas para desocupar os ambientes nos cais Mauá, Navegantes e Marcílio Dias, cujas áreas são de interesse público para o serviço portuário ou destinadas à revitalização. A meta imediata da SPH é ampliar a capacidade do porto. A Metroplan, gestora do projeto, ainda não tem diretor nomeado. A Secretaria de Obras do Estado não quis se manifestar.

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