segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Remando contra a maré.

A fotografia aqui vinculada foi feita na tarde de quinta-feira (16/JAN). Nela nós vemos o navio mercante porta container “MSC Michaela” navegando rumo ao porto de Montevidéu, no Uruguai. Sobre seu convés vemos apenas uma parte, de sua fabulosa carga de contêineres, todos eles carregados com os produtos das mais diversas origens. Que podem incluir manufaturas como também a produção agrícola. Mas que se valem desta caixa de metal, chamada contêiner, para serem transportadas com rapidez a qualquer parte do mundo.

O “MSC Michaela” operou no porto de Montevidéu e partiu rumo ao porto de Rio Grande. Aonde veio a fundear, fora da barra, às 22:54 da noite de sexta-feira (17/JAN). A espera do momento de entrar para descarregar e carregar no Terminal de Contêineres de Rio Grande – TECON Rio Grande. Sua entrada efetiva foi ocorre no início da manhã de segunda-feira (20/JAN). E o navio partiu às 16 horas do mesmo dia.

O motivo pelo qual escrevo tudo isto, é para chamar a atenção para um fato que nós não vemos como relevante, embora o seja. E que diz respeito ao pleno aproveitamento do transporte marítimo de nossa produção e dos insumos que nós necessitamos no nosso dia-a-dia. Infelizmente muito pouco do que nós produzimos e que se destina ao mercado exterior ou interestadual é transportados por navios. Deste valor que já é tão pequeno, nada esta sendo transportado por contêiner. Este equívoco de nossa parte representa a perda econômica e o atraso de nosso estado. Que ao não aproveitar o modal fluvial/marítimo disponível em nossa terra. Opta pela utilização de outras formas de transporte mais cara e ineficiente.

Na verdade, podemos dizer que literalmente estamos remando contra a maré do que há de mais moderno e eficiente no mundo. Que é o transporte de carga por contêiner. E se nós, que já tivemos ligação direta por navio com os portos de Montevidéu e Buenos Aires, não o fazemos mais. È por falta de apoio e incentivo via políticas públicas, para que isto ocorra. Ao não investirmos na modernização de nossos portos interiores. Na manutenção de nossa hidrovia. Na capacitação de nossos funcionários ligados a atividade portuária. Nós estamos incentivando o retrocesso econômico de nosso estado.

É por este motivo que eu escrevo, de forma insistente, sobre a necessidade de se valorizar a navegação, a atividade portuária e de construção e reparo naval. Pois elas são a chave para um futuro melhor. Com mais emprego e um custo de vida menor. Beneficiando de forma direta e indireta a toda a população do Rio Grande do Sul. E trazendo a riqueza e paz social que tanto almejamos. Pensem nisso!

Foto: Carlos Oliveira

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