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Desde cedo, o navio-tanque “Celanova vinha acompanhando a uma certa distância o navio mercante “Mallika Naree”.Ambos os navios iniciaram o trajeto entre o Farol de Itapuã e Porto Alegre assim que a luz do dia firmou. Neste trecho estes dois tipos de navios só podem navegar com a luz do Sol. Sendo-lhes vetado, pela Marinha do Brasil, a possibilidade de navegação noturna. Fato que não ocorre com as barcaças da navegação interior. Devido, basicamente as pequenas dimensões das mesmas.
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Conforme os navios foram chegando a Porto Alegre a distância entre eles foi aumentando. Da parte do “Celanova” a decisão tomada foi a de dar espaço para a manobra que ocorreria mais a frente. Como o “Celanova” mede 120 metros de comprimento e possui 20 metros de largura, seu tamanho não pode ser desprezado. E a decisão tomada foi a de literalmente parar o navio no trecho entre o canal das Pedras Brancas e o canal do Cristal. O ponto exato em que isto ocorreu foi em frente a área do antigo Estaleiro Só.
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O que foi relatado aqui nós exige um pouco de reflexão. Na verdade os navios poderiam ter se cruzado dentro do canal. No entanto o bom-senso foi mais forte. E fez com que os dois práticos optassem pela forma como a manobra ocorreu. Muito mais segura e tranquila. O que foi visto também nos lembra uma realidade antiga que nós tínhamos no interior de nosso estado. Aonde nas estreitas estradas de chão batido. As pontes, geralmente feitas de madeira, só davam passagem para um veículo por vez. Obrigando que um parasse para que o outro passasse. É esta realidade que nós vivemos nos dias de hoje com os nossos canais interiores. Eles são muito estreitos para suportar os navios mais modernos. Que com o passar do tempo cresceram em comprimento e largura. E que nos dias de hoje exigem canais mais largos para que possam navegar com tranquilidade e segurança.
Diante disso tudo. Convido ao leitor para uma reflexão. Se os canais que nós temos hoje, e que foram construídos a mais de 90 anos se tornaram um problema. E como tal comprometem a livre navegação. Porque é que o nosso governo do Estado não investe mais na sua melhoria? Será que isto é mais caro do que construir alguns poucos quilômetros de estradas? Será que o ganho em competitividade, resultante do melhor aproveitamento da navegação não vale a pena para o Estado? É sobre isto que nós temos de pensar. Pois o que a praticagem fez, só foi feito porque eles são conscientes das nossas limitações. E estão comprometidos com a segurança da navegação. Este tipo de solução é paliativo. E como tal não pode ser, nem se tornar, uma regra. Pensem nisso.
Muito obrigado!
Vanderlan Vasconselos
Fotos: Carlos Oliveira
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