quarta-feira, 30 de abril de 2014

Para Pensar e Refletir – Navio-tanque “Zeugman” chega vindo de Santos.

O navio-tanque “Zeugman” chegou por volta das 09:20 da manhã de terça-feira (08/ABR) a Porto Alegre. Vindo de Santos, onde operou. O navio teve de realizar uma escala no terminal petroleiro da Braskem em Rio Grande. Fato que ocorreu no início da noite de domingo (06/ABR). Quando o “Zeugman” atracou às 19 horas para descarregar 1.800 toneladas de mistura condensada de hidrocarbonetos. Após ter aliviado sua carga neste terminal. Ele pode seguir sua viagem para o Polo Petroquímico de Triunfo. Que fica na região metropolitana de Porto Alegre. E cujo calado limite é de apenas 5,18 metros. O que restringe, em muito, a capacidade de carga dos navios que aqui operam. Na fotografia aqui mostrada, é possível de se ver que o navio esta carregado, embora ainda haja capacidade para receber mais carga. Isto se percebe pela pintura da linha d’água, que mostra o quanto o limite máximo de carga que o navio pode comportar.

O fato que eu gostaria de chamar a atenção, diz respeito ao calado de nossos canais. O calado é a profundidade que o canal possui. Quanto mais profundo é o calado de um navio, maior é o volume de carga que ele pode transportar. Navios com maior volume representam uma economia maior. Logo, um custo menor por tonelada transportada.

O porto de Porto Alegre, assim como o porto de Pelotas foram projetados inicialmente com o calado idêntico ao do Porto Novo de Rio Grande. E isto ocorreu a mais de 95 anos. Hoje o Porto Novo de Rio Grande esta tendo o seu calado aumentado. Já os Portos de Porto Alegre e Pelotas lutam para manter os seus canais artificiais dragados no calado oficial de 5,18 metros de profundidade.

A falta de uma política série e eficiente para os portos interiores de nosso estado. Portos estes que não são e nem devem ser vistos apenas como portos fluviais. Pois eles possuem a capacidade marítima de operar com navios de longo curso. Fato que lhes dá uma dimensão muito maior do que o termo ‘porto fluvial” comporta. É importante termos em mente. Que a capacidade portuária do Estado do Rio Grande do Sul é muito maior do que a existente no porto de Rio Grande. Rio Grande é, do ponto de vista natural um porto privilegiado. No entanto os portos interiores de Porto Alegre e Pelotas também são importantes para a nossa economia. E é por este motivo que eles devem receber a atenção de nossos governantes. Atém bem pouco tempo. O grande porto de nosso estado era o de Porto Alegre. Recebendo e despachado cargas ele era ativo e eficiente.

No entanto, por um equivoco político inadmissível. Semelhante a atitude de uma criança, que ao ganhar um presente novo abandona o antigo. Todas as atenções foram voltadas para o porto de Rio Grande. Determinando a decadência progressiva dos demais portos. Como se eles não tivessem valor econômico e social.

Podemos afirmar, com a mais completa segurança. Que o sucesso do porto de Rio Grande é, ao mesmo tempo, o fracasso da política portuária e de logística de nosso estado. E reparar isto, ou reverter esta situação é sem dúvida o nosso grande desafio.

Pensem nisso, pois isto é muito importante para todos nós.

Muito Obrigado.

Vanderlan Vasconselos

Fotos: Carlos Oliveira

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