quinta-feira, 28 de março de 2013

Para refletir sobre a importância da sinalização náutica.


A fotografia aqui vinculada foi feita na manhã de sábado (23) e serve para que possamos fazer uma pequena reflexão sobre a importância da sinalização náutica. Nela esta registrada a chegada do navio-tanque “Zeugman” envolto sob a forte ação da neblina. O navio quase não aparece na fotografia, e isto nos revela a dificuldade que é navegar sob o efeito de condições tão adversas quanto a aqui apresentada.

Outro fator agravante da situação, diz respeito ao fato da navegação ocorrer em uma área repleta de canais artificiais. Com curvas acentuadas e de largura relativamente estreita, como são os canais que ligam o porto de Porto Alegre ao de Rio Grande. Sendo que se o navio sair do rumo certo pode encalhar com muita facilidade.

Para muitas pessoas a sinalização náutica com boias é algo ultrapassado. Já que muitas embarcações possuem equipamento de GPS e outras tecnologias embarcadas de última geração. Que fornecem a posição exata da embarcação e permitem sua navegação segura. É sobre este ponto que discordo, e gostaria de trabalhar o assunto. Pois mesmo considerando o avanço tecnológico como um fator facilitador. Para a autoridade marítima brasileira (Marinha do Brasil) a sinalização por meio de boias é obrigatória. A tecnologia não a tornou algo ultrapassado e, por tanto, desnecessário. E isto tem um motivo de ser. Pois todos nós sabemos que acidentes, falhas e erros acontecem. E mesmo a tecnologia, por mais avançada que seja, possui alguns limites. Ao se navegar sob condições adversas, se perde muito a visão do que esta ao nosso redor. Não me refiro única e exclusivamente à visão humana, mas também a dos equipamentos, como o radar e o GPS. No caso do GPS devemos considerar a margem de erro que também existe. Sem falar que os equipamento de radar e GPS, podem sofrer pane. Neste caso como é que se navegaria, sem a existência das bóias? É por este motivo que se exige e se valoriza tanto, ainda hoje, a sinalização náutica tradicional. Feita por meio de boias e de faróis.

Um fator que demonstra, que a tecnologia avançada não se basta por si só, diz respeito à aviação. Na aviação comercial, a tecnologia é sem dúvida uma das características básicas mais marcantes. No entanto, um forte nevoeiro é capaz de fechar um aeroporto para pousos e decolagens. E nós gaúchos conhecemos isto muito bem. Já que o Aeroporto Internacional Salgado Filho sofre este tipo de interferência com grande frequência conforme a época do ano.

Outro exemplo de como a tecnologia pode possuir falhas, ocorreu recentemente com um navio de guerra norte-americano. E nós sabemos o quanto os norte-americanos são cuidadosos com a segurança de seus navios militares. Neste caso, o “USS Guardian”, estava utilizando como referência para sua navegação, uma carta náutica digital. Ocorre que a mesma possuía um erro de localização de um recife de corias, fato que não ocorria na carta impressa. E assim ele acabou encalhando no recife, ocasionando danos à embarcação e ao meio ambiente.

Como podemos ver, por mais antiquado que possa parecer, a sinalização náutica por meio de boias vai continuar a ocorrer. Talvez ela agregue um conteúdo tecnológico maior no futuro. Mas certamente não irá desaparecer. Assim sendo temos de nos empenhar o máximo para que ele esteja sempre impecável. Pois do contrário vamos expor os navios que por aqui navegam ao risco. Comprometendo a segurança de seus tripulantes, do patrimônio de terceiros e nossa economia. Pensem nisso!

Foto: Carlos Oliveira

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