domingo, 31 de março de 2013

Caos nos portos O que isto tem a ver conosco.


Abaixo apresento uma matéria publicada pelo jornal “Folha de São Paulo” em sua edição de 30 de março. Nela fica evidente a carência de investimentos e o limite da capacidade de atuação dos portos brasileiros. Principalmente quando o assunto é o embarque da nossa produção agrícola. Já que, no tocante a cargas por contêineres, esta dificuldade é bem menor. Pois a mesma não sofre restrição climática na realização das operações. E também é mais rápida, já que possui uma tecnologia mais moderna. O interessante para quem lê a matéria aqui publicada é fazer a comparação entre a situação nacional e a estadual. E neste caso, temos de considerar que dos três portos comerciais que o RS possui Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, apenas um possui capacidade de embarque de grãos e cereais. Tanto Porto Alegre quanto Pelotas não possui esta capacidade. Logo perdem a chance de participarem comercialmente do mercado, não geram arrecadação, nem contribuem para o desenvolvimento do RS e do Brasil. Já na contramão da realidade, o que nos é oferecido é um discurso oficial, que apresenta os nossos portos como exemplos de dinamismo. Coisa que realmente os mesmos não possuem. Enfrentar a realidade é necessário, se queremos ter um futuro melhor. Com geração de empregos, riquezas e principalmente com bem-estar social. Pensem nisso!

Foto: Carlos Oliveira

30/03/2013-03h50
Governo teme que caos em porto piore balança comercial

RENATA AGOSTINI
DE BRASÍLIA

O caos logístico enfrentado pelos produtores de grãos que tentam escoar o resultado da "supersafra" nos portos do país causa preocupação ao governo, que teme pelo agravamento da situação da balança comercial.

Desde janeiro, o deficit acumulado já chega a US$ 5,3 bilhões, ou seja, o país importou um valor US$ 5,3 bilhões maior que o de exportações.

Benefício à exportação de soja pode encarecer o frango para o consumidor

A dificuldade para embarcar os grãos da safra extraordinária, que ajudaria a atenuar o descompasso entre importações e exportações, tornou "impossível" estimar qual será o real resultado comercial do ano, relatam técnicos do governo.

Editoria de Arte/Folhapress

Segundo apurou a Folha, o Ministério do Desenvolvimento trabalhava no cálculo de uma meta para as exportações brasileiras neste ano e planejava finalizar o trabalho ainda neste mês. O plano, contudo, foi abandonado.

A justificativa é que, com o caos logístico, o cenário tornou-se "muito incerto".

Nos últimos dias, os produtores de soja e milho têm enfrentado uma amargo périplo para exportar os grãos, devido a filas quilométricas de caminhões e de navios nas áreas próximas aos portos.

Como resultado, há atraso de semanas nos embarques e aumento do custo das vendas. O nó logístico já provocou até mesmo o cancelamento de encomendas por uma grande empresa chinesa, especializada na compra e na venda de grãos.

Além dos atrasos na entrega dos produtos no porto, há também baixa produtividade no embarque nos navios.

TIRO NO ESCURO

A ausência de uma meta e de uma estimativa clara para as exportações por parte do Ministério do Desenvolvimento é criticada por quem atua no setor.

"Ela funciona como um norte. A tendência é que, com ela, haja motivação maior do governo para descomplicar a vida do exportador e buscar novos acordos comerciais", afirma a advogada especialista em comércio exterior Carol Monteiro de Carvalho.

Os técnicos do governo concordam que a meta é necessária, mas afirmam que hoje qualquer projeção seria "um tiro no escuro" diante do caos nos portos. A intenção é retomar o cálculo em maio.

No ano passado, o governo abandonou em setembro a meta estabelecida de exportar US$ 264 bilhões, o que representaria crescimento de 3% nas vendas sobre 2011.

A explicação na época também foi um cenário "confuso" em razão das incertezas da crise internacional.

No fim do ano, as exportações apresentaram queda em relação a 2011. E o saldo comercial recuou 35%.

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