sexta-feira, 8 de março de 2013

Para conhecer um pouco mais sobre nossa Marinha de Guerra.


Após anunciar a chegada do Navio-patrulha “Babitonga”, de Marinha do Brasil, ao porto de Porto Alegre, conversei com o Carlos César sobre o assunto. Queria compreender o real valor da vinda do navio a Porto Alegre. E o Carlos César, por ser um “Amigo da Marinha” a muito mais tempo do que eu, e por conhecer mais profundamente o meio militar me explicou o seguinte:

Quando um navio da Marinha do Brasil vem a Porto Alegre ele cumpre várias missões ao mesmo tempo.

A primeira é de vistoria das condições de navegação no trajeto em Rio Grande e Porto Alegre. Já que aqui nós temos um porto comercial com capacidade de receber navios de grande porte. Neste tocante tanto a sinalização náutica, quanto a profundidade dos canais são monitorados. E caso seja constatado alguma anomalia, se comunica ao setor competente.

O segundo fato diz respeito ao treinamento de seus tripulantes na navegação em área restrita. Já que navegar em mar aberto é fácil, pois há espaço de sobra para todos os lados e a profundidade é sempre grande. Em contrapartida, navegar dentro de uma lagoa, de um rio ou em canais artificiais é mais complicado. Pois conforme o caso um erro ou a lentidão em realizar uma manobra pode causar um encalhe da embarcação. A velocidade desenvolvida deve ser controlada. Não pode ser excessiva, nem muito baixa, e combinada com a força da correnteza, a largura e profundidade do canal e suas curvas, exigem pleno domínio e conhecimento de seus tripulantes sobre o seu navio. Isto resulta numa integração perfeita entre homem e máquina.

Esta questão de treinamento também se desdobra na formação de nossos oficiais e praças. Pois os navios pequenos e menos complexos são comandados e administrados por oficiais mais jovens. Conforme aumenta o tamanho, a complexidade e a importância dos navios se exigem oficiais mais graduados para exercer o seu comando. É desta forma que a Marinha do Brasil forma sua oficialidade. Dando a oportunidade que alguns oficiais jovens comandem alguns navios menos complexos; enquanto outros exerçam funções secundárias em navios mais complexos. Intercalando estas experiências de vida profissional, é que se formam e capacitam os oficiais ao longo de suas carreiras.

No tocante a formação dos praças, este fato também ocorre. E neste conjunto, há sempre uma composição muito interessante de tripulantes com grande experiência trabalhando lado-a-lado com marinheiros bem jovens. Propiciando um aprendizado eficiente e rápido sem se descuidar da segurança.

A terceira diz respeito a função de marcar presença ostensiva do estado. Pois em todas as viagens se executa uma missão de patrulhamento. E a simples presença já inibe a pesca predatória, o descarte de lixo ou de produtos poluentes na água e a realização de um controle sobre o tráfego de embarcações. Em alguns casos se realizam viagens específicas para este fim. Embarcando pessoal de apoio como os fiscais do IBAMA, apenas para citar um caso.

A quarta esta relacionado à oportunidade de se realizar uma missão de relações públicas. Utilizando o navio como cartão de visitas da Marinha do Brasil. Nestes casos o mesmo é aberto à visitação pública, propiciando uma oportunidade de interação entre a população local e seus tripulantes. Que ao conhecerem melhor as características da vida militar e da profissão de marinheiro, valorizam mais a força e seu papel para a segurança do Brasil. Segurança esta que não esta restrita a parte militar. Mas que principalmente diz respeito à garantia da navegação comercial em si. Que repercute em nossas vidas de modo inimaginável para a grande maioria de nossa população. Mesmo que a pessoa nunca tenha se quer visto um navio em toda a sua vida.

Como podemos ver, a explicação que recebi foi muito ilustrativa. E é por este motivo, que resolvi compartilha-la com os leitores do blog. Pois o conhecimento é a chave do sucesso. Espero que este texto seja útil e contribua com o seu propósito.

Foto: Carlos Oliveira

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