segunda-feira, 21 de setembro de 2009

CEM POR DIA

Oi Companheiros,
Todos somos responsáveis. O artigo do Beto Albuquerque, surpreende pelos dados. Dá para acreditar? Podemos embarcar toda população do Brasil na frota de carros que circula pelas ruas! Quase cem(100) pessoas morrem por dia em nosso país! Mãos e mente a obra, vamos falar sobre o assunto.

Um abraço e uma consciente manhã de segunda-feira

Vanderlãn Vasconsèllos
Coordenadoria Regional do PSB

O desafio de garantir a vida

Beto Albuquerque - Deputado FederalO aumento da frota de veículos do Brasil — que dobrou nos últimos 10 anos — exige ação enérgica e imediata para estancar as tragédias no trânsito. São 55,9 milhões de carros circulando pelas ruas, avenidas e rodovias de nosso país, com mais de 35 mil mortes anuais registradas. Os números impressionam e é por isso que precisamos de indicadores mensais detalhados a respeito das vítimas em cada cidade, estado e no país para definirmos medidas a serem adotadas.
Não há momento mais adequado para abrir os olhos, tanto da sociedade quanto dos agentes públicos, do que o atual. É o que pretende a Semana Nacional do Trânsito — iniciada sexta-feira e com encerramento 28 de setembro. Quantas mortes ainda estamos dispostos a tolerar em nosso trânsito?
Tanto quanto, ou até mais, do que a gripe H1N1, esta é uma preocupação que ocupa os debates da Organização das Nações Unidas (ONU). Representantes dos países-membros devem participar da Conferência Ministerial Global sobre Segurança Viária, em Moscou, marcada para 19 e 20 de novembro deste ano. Será o momento de atingir o tão esperado engajamento e apoio aos esforços para o estabelecimento da Década de Ações para a Segurança no Trânsito 2010/2020.
O compromisso será reverter o número de mortos e feridos pela violência no trânsito, praga mundial que tem ceifado vidas todos os dias. No caso do Brasil, as mortes no trânsito se equivalem à queda de um Boeing lotado de passageiros a cada dois dias.
Para transformar essa dura realidade, a ONU recomenda que as organizações internacionais de segurança e de desenvolvimento viário apoiem projetos de segurança, particularmente em países de rendas baixa e média. Além disso, bancos de desenvolvimento e organismos de financiamento devem incluir medidas que contemplem a segurança viária em projetos de infraestrutura, exigindo auditorias obrigatórias, inspeções e classificações de segurança a serem realizadas a cada etapa de todos os projetos financiados.

Outro termômetro de que a guerra contra a violência no trânsito é imperiosa é o alerta que parte do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Para ele, os traumas de trânsito continuam a ameaçar as conquistas no campo da saúde e do desenvolvimento em todo o mundo, com devastadores impactos sobre indivíduos, famílias, comunidades e sociedade.
É assustador ouvir do secretário-geral da ONU, pela importância e respeitabilidade de seu cargo, que em algumas regiões do mundo a violência do trânsito já é a principal causa de morte na faixa dos 15 aos 44 anos, período mais produtivo de nossas vidas.
É inegável que, no Brasil, tivemos uma conquista importante em 2008 ao aprovarmos a lei que instituiu a tolerância zero ao consumo de bebida alcoólica por motoristas. Com ela evitaram-se muitos acidentes, lesões e mortes por condutores embriagados. Formulada pela Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, a Lei nº 11.075/2008 é elogiada pelas organizações Pan-Americana de Saúde (Opas) e Mundial de Saúde (OMS), que a tomaram como modelo para o continente americano, seguindo uma tendência mundial.
O Brasil é um dos cinco países líderes em mortes no trânsito. São 100 óbitos por dia. Em 60% dos casos o responsável é o álcool. Isso explica o rigor da lei, que reforça a ilegalidade do ato de beber e dirigir.
A estatística de mortes e feridos somente reverterá quando a população rechaçar em seus grupos sociais aqueles que teimam em beber e dirigir. Precisamos mudar esta deformação de conduta. Pensando nisso, apresentei o PL nº 5.525/2009 — Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito —, que estabelece a abordagem anual de 30% da frota de veículos brasileiros e seus respectivos condutores. Intensificando as abordagens, reduziremos esses índices.
Para enfrentar a combinação álcool e direção, devem ser realizadas abordagens preventivas e não somente quando há suspeita de alcoolemia. Assim criaremos uma nova cultura, como ocorreu com o cinto de segurança. Todos precisamos ser alvos de abordagens, suspeitos ou não.

É hora de os governos investirem os recursos de multas de trânsito em campanhas educativas que ajudem a mudar as atitudes. O primeiro passo foi dado, com êxito. Agora é seguir avançando com balanços mensais das políticas adotadas a partir de estudos e estatísticas de acidentalidade e mortalidade. Com base nesses estudos mensuráveis, poderemos nos impor desafios para garantir o direito que é de todos — o de viver.
Beto AlbuquerqueDeputado federal (PSB-RS), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro

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