sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Navio-tanque “Zeugman” realiza nova viagem estranha ao exterior.

Uma nova viagem ao exterior foi realizada pelo navio-tanque “Zeugman”. Uma viagem apenas para fazer constar. Que na verdade serve para burlar a legislação brasileira e permitir que o navio continue a trabalhar no Brasil. Retirando emprego de marítimos brasileiros. E não estimulando o fortalecimento de nossa Marinha Mercante.


Foi isto o que ocorreu entre os dias 07 e 09 de janeiro, quando o navio partiu de Rio Grande rumo a Argentina. E antes de chegar próximo de Montevidéu, deu meia volta retornando ao Brasil.

A partida do Zeugman ocorreu às 13:24 (UTC) de quinta-feira (07/JAN). Navegando ao longo da costa, o navio entrou em águas uruguaias, seguindo sempre em direção Sul. Na sexta-feira (08/JAN) após passar por Punta Del Este, o navio fez uma curva. Pegando mantendo a sua navegação em paralelo a costa, e seguindo rumo a Montevidéu. Passou pelo alinhamento de Piriâpolis. E antes de chegar a Atlántida, mudou novamente de rumo e iniciou seu retorno em direção do Brasil. Neste ponto o navio já tinha sido capitado pelos equipamentos que monitoram o transito dos navios. Como se tivesse chegado a Recalada, na Argentina.

Esta viagem é uma forma simples de burlar a legislação brasileira. E seus prejuízos são muito grandes para a nossa economia. Pois favorecem a concorrência desleal com as empresas de navegação brasileiras. E ao mesmo tempo uma postura conveniente ao nosso governo. Que se exime de ter de ter uma política séria e comprometida para o desenvolvimento e o fortalecimento da nossa Marinha Mercante. Criando condições das empresas surgirem, construirem seus navios e operá-los não só para atender a navegação de cabotagem. Aquela que é realizada entre os portos nacionais. Mas também, e isto é muito interessante, poderem disputar mercado na navegação de longo curso. Aquela que é realizada em rotas internacionais.

Na situação atual, o prejuízo é enorme. Pois sem Marinha Mercante ficamos dependentes de navios de outras empresas. Que podem muito bem deixar de atender a nossa. Se isto lhes for conveniente, paralisando totalmente o comércio exterior brasileiro. Neste contexto também há o risco de ficarmos a mercê de uma elevação do custo de preços do frete. E com isto inviabilizar toda a nossa balança comercial. O que seria um desastre para as finanças do país.

Não incluo aqui os empregos que deixam de ser gerados no setor de construção naval. No setor de fornecimento de peças, material e mão de obra que este seguimento exige para ser ativo. O que representa uma fábula para qualquer economia. E que poderia estar funcionando a todo o vapor. Se o governo federal tivesse uma política, como já disse séria e comprometida.

Mostro esta realidade, pois sei que ela é importante. E porque quero chamar a atenção para algo que esta acontecendo sob os nossos olhos. Sem que muitos de nós percebamos a sua complexidade e a sua gravidade para os interesses do país.

Muito Obrigado!

Vanderlan Vasconselos

Fotos e pesquisa: Carlos Oliveira

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