sexta-feira, 20 de novembro de 2009

VIDA COR DE ROSA

Temos assistido, diariamente, a movimentos de comunicação de massa que colocam em pauta assuntos nada a ver com nossas vidas, como se fossem novelas da vida real e que grande parte das pessoas começa a comentar e o assunto ganha contornos nacionais.

E o que parecia ser uma pequena coisa começar a crescer e daqui a pouco faz estrela quem teria dado origem à conversa.

Quem não lembra de ver na televisão imagens de uma universidade no Estado de São Paulo, onde uma mulher, de vestido rosa, caminhava, sendo pressionada e vaiada por uma massa humana, que tomou conta de cinco andares de um prédio porque o vestido subia em seu corpo conforme os passos de sua caminhada?

Daí começam e terminam os dias com a exploração de nossas mentes. Sai um sumário julgamento da universidade expulsando a aluna de seus quadros. Na sequência, advogados de ambos os lados, Polícia, Ministério da Educação e Cultura, comissões de direitos humanos, OAB, programas de televisão, comentário geral.
Novidade: a universidade volta atrás, através do reitor. Sondagens tomam conta de todos os meios de comunicação - rádio, jornal, televisão, internet -, opinando se agiram bem ou mal com a nova decisão. O país dividido!!!
A aluna, com medo, não volta para as aulas, em prédio e sala diversas da originais. Alunos de outras universidades ficam nús dentro de outra universidade na capital federal, em protesto pela perseguição daquela estudante de vestido rosa.
Sites, blogs e programas de televisão informam que aluna posará nua na próxima edição da revista, em janeiro, estando em tratativas e acerto do preço. A última é o cantor Roberto Kuelho e o axé em homenagem à estudante hostilizada na Uniban. Daqui a pouco poderá concorrer a um cargo político e ser recebida pelo presidente Lula e pela Primeira Dama. E o estudo nada.
A que ponto chegamos... Intolerantes. Esse deveria ser o termo, onde os próprios colegas da aluna, em uma ação comum dentro de qualquer escola municipal, estadual, no dia a dia, são vitimas de suas próprias decisões, de vestir e colocar-se em julgamento no mercado da convivência humana.
A democracia pressupõe o direito a todos opinarem. Mas o assunto poderia ser outro de maior interesse coletivo. Ou não? Afinal, já dizia Confúcio: "Quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte?" .

Vanderlãn Vasconsèllos
(publicado no site: http://www.portoimagem.com/)

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