Eram 09:05 da manhã de segunda-feira (31/AGO) quando o navio-tanque “Oscar Niemeyer” iniciou a sua desatracação do cais do Terminal de Gás do Sul – TERGASUL, que fica na margem do estreito rio Gravataí, no município de Canoas. A operação de descarga do gás liquefeito de petróleo – GLP que ele trouxe já havia acabado e o navio estava pronto para partir.NAVEGANDO A ALTA VELOCIDADE
A navegação iniciou de forma lenta e cuidadosa. E assim prosseguiu até que o navio concluísse sua passagem pelo vão móvel da ponte do Guaíba. Após isto o que se verificou foi algo totalmente fora dos padrões para um navio deste tipo. Isto porque o navio passou a navegar em velocidade acima do permitido pela Normas para a Capitania dos Portos – NPCP-RS, de 2008. Que determina no seu capítulo 3 – Procedimentos para Navios no Porto, na Seção 1 – Entrada, Permanência e saída do Porto. Que:
“as embarcações que estiverem navegando próximo ao cais de atracação de portos ou terminais, bem como quando passarem perto de pequenas embarcações, deverão fazê-lo em velocidade reduzida, sendo que na área de jurisdição da Delegacia em Porto Alegre esta velocidade deverá ser inferior a cinco nós”.
O que se viu foi o navio navegando a 8 nós pelo vão móvel da ponte do Guaíba. Depois ao se cruzar com o navio “Pebble Beach” sua velocidade era de 7,4 nós. Que foi aumentada após ele alinhar com o canal dos Navegantes, aonde estava atracado o navio mercante “P. Fenix”, chegando a 7,8 nós. A partir deste ponto o navio acelerou para 9,9 nós até aproximadamente o final do cais Mauá, já próximo da Usina do Gasômetro, aonde existe uma forte curva no canal de navegação. Que foi realizada a 7,9 nós de velocidade. Vencido esta curva a velocidade voltou a subir atingindo 13,1 nós antes do início do canal do Cristal. Depois a velocidade foi reduzida para 12,3 nós e a curva existente no final do canal do cristal foi realizada à 10,6 nós. Para novamente acelerar até a marca de 13,9 nós atingidas próximo do clube Veleiros do Sul.
No canal das Pedras brancas o navio navegou em velocidade decrescente, até atingir 9,3 nós no momento em que fez a curva, já próximo da cidade de Guaíba. Após este ponto voltou a acelerar até atingir a marca de 12,6 nós no alinhamento da “Ponta Grossa”. O canal do Junco foi feito com média de 10 nós e o do Campista a faixa dos 12,7 nós de velocidade.
O excesso de velocidade chamou muito a atenção. Não só na área em frente aos cais Navegantes e Mauá. Aonde normalmente há a presença de embarcações de grande, médio e pequeno porte. Como é o caso do catamarã que realiza a travessia Porto Alegre – Guaíba.
Embora o navio seja novo, possua um motor potente, comandos ágeis, isto não justifica o modo como o mesmo foi conduzido. Principalmente em área com tantos canais artificiais. Que agregam a navegação um grau de perigo maior. Conduzir um navio-tanque, mesmo que sem carga desta forma é no mínimo um procedimento imprudente.
Sobre isto o Carlos me relatou um fato por ele vivenciado no ano de 2001. Quando um navio-tanque que aqui chegou navegando em alta velocidade. Acabou por deslocar para fora do canal de navegação uma barcaça graneleira que navegava no mesmo sentido. Mas que teve o seu rumo alterado pela força do deslocamento da água que o navio produziu.
Certamente a forma como o navio-tanque “Oscar Niemeyer” foi conduzido chamou atenção. Não só nossa, mas da Marinha do Brasil. E esperamos que da próxima vez que o navio aqui chegue, a euforia de navegar com uma embarcação tão nova já tenha passado.
Muito Obrigado!
Vanderlan Vasconselos
Fotos: Carlos Oliveira

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