segunda-feira, 2 de abril de 2012

“Pomorze” finaliza operação de descarga

O navio mercante “Pomorze”, que esteve encalhado por 14 dias, após
sair do canal do Junco, finalizou sua operação de descarga na manhã
deste sábado (31/ABR). Fato que permitiu sua partida por volta das
14 horas do mesmo dia.


O navio que partira inicialmente do porto de Rio Grande carregado com
11 mil toneladas de insumos para a indústria de fertilizante, teve
cerca de 2.700 toneladas transbordadas para a embarcação “Trevo
Verde”, de propriedade da Navegação Aliança. Aliviando com isto
o peso do navio e facilitando a manobra de desencalhe. Manobra
semelhante foi aplicada ao navio mercante “Santa Katarina”, sendo
que por decisão da então direção foi exigido, dos responsáveis
pela operação de salvatagem, a liberação e o acompanhamento da
Fundação Estadual de Proteção do Meio Ambiente – FEPAM. Tal
postura visava garantir uma maior presença do Poder Público,
evitando a omissão e garantindo o respeito às normas ambientais.

Já a carga transbordada para o “Trevo Verde” foi desembarcado em
terminal privado existente dentro do porto de Porto Alegre. Nesta
operação os Trabalhadores Avulsos Portuários – TPA, vinculados
ao Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO, foram impedidos de ter
acesso ao local e de lá trabalharem, fato que causou reações
negativas por parte dos mesmos. O trabalho dos TPAs só foi garantido
quando o navio mercante “Pomorze” aqui atracou no porto público
e os mesmos puderam ter acesso diretamente ao mesmo.

Diante dos fatos ocorridos, fica aqui registrada a necessidade de maior
transparência nos assuntos que envolvem a coisa pública. Embora
navio e carga sejam propriedades privadas, o mesmo navega na hidrovia
que é pública. Ao encalhar tornou-se um assunto de interesse
público, tanto é que um inquérito foi aberto, pela Marinha do
Brasil, para apurar as responsabilidades. Não podemos, no âmbito
estadual, sermos omissos ou ingênuos de não tratar o assunto com
seriedade e responsabilidade. Lamentável também foi constatar a
fragilidade da classe de trabalhadores portuários. Prestadores de
serviço no porto público, não conseguiram amparo político para
garantir no mínimo uma composição na escala de trabalho junto ao
navio “Trevo Verde”. Lançando o temor de que com a perda de
carga, o porto público seda seu espaços aos terminais privados e os
mesmos fiquem desempregados.

Foto:
Carlos Oliveira

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