Navio no porto, economia fortalecida?

Na manhã desta sexta-feira (09) chegou ao porto de Porto Alegre o navio mercante liberiano “Gail”. Esta embarcação que mede 176 metros de comprimento e 26 de largura e que foi construída no ano passado. Trouxe para a empresa Heringer, por intermédio da Agência marítima Orion, que possui escritório na capital do Estado, 3.150 toneladas de fosfato monoamônico – MAP, componente utilizado na indústria de fertilizantes. O navio foi carregado no porto marroquino de Jorf Lasfar, e após descarregar sua carga em Porto Alegre parte vazio com destino ao porto de San Lorenzo na Argentina.

Em cima desta realidade podemos fazer algumas reflexões:

A primeira é que para a indústria que importa poder trazer mercadorias de navio até o porto da capital é um negócio importante economicamente. O valor pago pelo frete do navio é muito menor do que seria pago para os 105 caminhões necessários para transportar a mercadoria entre Rio Grande e Porto Alegre. A isto nossa sociedade deve agradecer por a empresa Heringer esta de forma consciente contribuindo para a melhora de nossa qualidade de vida. Das condições de nossas estradas, tão maltratadas pelo excesso de tráfego e de peso. E que são responsáveis por inúmeros acidentes fatais.

A segunda reflexão diz respeito ao quanto nossa sociedade (governo e empresários) é despreparada para aproveitar a melhor e mais eficiente forma de transporte do mundo. Pois perde a oportunidade de embarcar seus produtos agrícolas aqui, a um custo bem menor do que teria no porto de Rio Grande. E permite que muito de nossa produção agrícola seja embarcada em portos do Estado de Santa Catarina, a um custo menor. Gerando riqueza e desenvolvimento para nosso Estado irmão.

Terceira reflexão é de que mesmo querendo aproveitar este potencial do nosso porto isto seria impossível. Pois a falta de investimento compromete em muito as condições básicas para efetivar este empreendimento. Seja por equipamentos sucateados, cuja falta de manutenção adequada é a principal causa desta situação catastrófica. Seja pela falta de sensibilidade a quem comanda as ações.

Enquanto nosso Estado continuar cultuando o pensamento rodoviário, onde as estradas são tudo e ferrovias e portos não possuem importância. Estaremos fadados ao insucesso econômico. Enquanto todas as atenções ao setor portuário estiver voltada prioritariamente ao porto de Rio Grande, continuaremos a encarecer nossa produção destinada à exportação por aquele porto. Ou perdendo seu embarque para outros portos do Estado de Santa Catarina.

Fotos: Carlos Oliveira

--

Vanderlañ Vasconsèllos
PRA SER FELIZ SEMPRE
www.vcvesteio.blogspot.com
http://twitter.com/Vanderlanvas