quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Em defesa dos interesses nacionais.



Esta semana eu li um artigo que me chamou a atenção. Primeiro por ter sido escrito pelo Carlos César, pessoa pela qual eu possuo um carinho especial. Pois o conheci na minha primeira passagem pela bancada do Partido Socialista Brasileiro – PSB, Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.Naquela época ele me procurou, pois estava fazendo um trabalho de pesquisa, e eu lhe auxiliei. Depois, em virtude deste contato inicial e da boa impressão que tive da sua pessoa, o chamei para ser meu assessor superior no período em que fui Diretor Superintendente, na Superintendência de Portos e Hidrovias – SPH. Seu conhecimento sobre a atividade de navegação me foi muito úteis. Tanto neste período de SPH, como no imediatamente posterior. Quando muita coisa foi divulgada pelo blog sobre o movimento de navios e cargas pela nossa hidrovia. Numa tentativa de valorizar e divulgar a importância deste seguimento da nossa economia.
No artigo “O discreto e inquietante trabalho de pesquisa do ‘Thomas G. Thompsin’ (AGOR-23), nas águas do Atlântico sul”, o Carlos César nos releva algo desconhecido da grande maioria dos brasileiros. Que é a forma como o governo norte-americano se vale da pesquisa científica para coletar dados dos outros países. Para, com isto, buscar manter sua hegemonia política, econômica, tecnológica e militar. Na conversa que mantivemos, a compreensão do artigo se fez ainda maior e mais clara.
Primeiro, porque tudo o que é feito se dá dentro do limite do legalmente aceito. Ou seja, tudo o que não é expressamente proibido é permitido. Fazer pesquisa científica na área de oceanografia, atmosférica, ou mapeamento do solo marinho é permitido. Logo, valendo-se disso, eles vem pesquisar nosso mar. Financiados por empresas cujos interesses comerciais são evidentes.
Segundo, se para toda embarcação comercial a navegação com o tranponder de identificação ligado é obrigatório. E para os navios militares isto é facultativo. Vindo a ocorrer principalmente quando o mesmo se encontra navegando na entrada ou saída de algum porto. Para assinalar sua posição para as demais embarcações por motivos de segurança. Valer-se deste pressuposto para uma embarcação de pesquisa científica governamental. Que navega em águas de outro país é no mínimo um ato deselegante. Embora baseado em toda uma argumentação que busque justificar a legalidade da opção.
Terceiro, é público e notório que o governo norte-americano tem por habito espionar até os seus melhores amigos e aliados. A necessidade de eles quererem saber o que o outro pensa, quais são os seus interesses, qual vai ser a sua posição é fato inquestionável. Também é do conhecimento publico que por motivos de “segurança nacional”, existe um programa destinado a coletar dados e informações generalizadas das pessoas, de empresas e dos governos. Que inclui até a interceptação das comunicações telefônicas, o monitoramento da internet e o movimento bancário. A abrangência desta realidade tornou-se visível no caso Edward Snowden. Quando o analista de sistema da Central de Inteligência Americana – CIA, revelou parte da documentação interceptada pela Agência Nacional de Segurança – NSA.
Quarto, o principal objetivo político norte-americano é garantir a hegemonia política, econômica, científico-tecnológica, militar e cultural. Considerando isto, todas as informações coletadas podem ser analisadas sobre os prismas elencados acima. Gerando benefícios e uma grande vantagem para quem detém este conhecimento.
Do ponto de vista brasileiro o assunto tem de ser visto como algo muito sério e importante. Pois envolve interesses econômicos e estratégicos do governo e de empresas brasileiras. A coleta de informações in loco cujo conhecimento é restrito, nos torna mais vulneráveis. Considerando este fato, o tema ganha outra grandeza, pois passa para a esfera da defesa nacional (militar). Assim sendo, o tema se presta para o debate em todas as esferas possíveis da nossa sociedade. O que nós podemos e devemos fazer para nos proteger deste tipo de ação. Resguardando nossos interesses político, econômico, científico- tecnológico e militar.
Tratar deste tipo de assunto é importante, pois nos amadurece politicamente. E é por isto que eu recomendo a leitura do artigo do Carlos César. Que foi publicado originalmente pelo prestigiado site DEFESANET. Do nosso vizinho Nelson Düring, da cidade de Canoas. Pois povo que não se governa, é marionete da vontade dos outros.
Pensem nisso.
Vanderlan Vasconselos

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