sábado, 25 de julho de 2015

PRESERVAR PARA NÃO PERDER – COMO ANDA A REVITALIZAÇÃO DO CAIS MAUÁ?

No porto de Porto Alegre, uma parte da memória de nossa sociedade é tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Neste conjunto, o Estado também tombou como parte de seu patrimônio histórico outros prédios que na totalidade forma um conjunto arquitetônico único. Este bem, que faz parte da nossa história, foi entregue há quatro anos à iniciativa privada. Que queria utilizar aquele espaço nobre, para fins culturais e comerciais.  A contrapartida seria feita pelo pagamento de um aluguel e a obrigação de manter e conservar o patrimônio histórico e artístico ali existente.




Desde a sua entrega, nada foi efetivamente feito no sentido de preservar e conservar o nosso patrimônio histórico e artístico. O grande foco das ações foi no sentido de demolir o que não era protegido pela lei. E apenas durante um curto período, o da Copa do Mundo de 2014, é que parte deste espaço recebeu alguma benfeitoria. Ou seja, todo o nosso patrimônio esta abandonado a sua própria sorte. Sofrendo a ação do clima, sem receber nenhum cuidado.

Na ultima semana, que foi marcada pelo excesso de chuva. Com transbordamentos de inúmeros rios e cursos d’água. Gerando desabrigados, arrasando a vida e a memória de muita gente. Que perdeu tudo o que tinha pela ação e pela força das águas. Também fez suas marcas naqueles prédios que fazem parte da nossa história e da nossa memória. Inúmeras telhas, que lá estão quebradas há muito tempo não cumpriram a sua função de proteger o interior dos prédios. A água entrou direto. Encharcando o forro de madeira e afetando as estruturas internas dos prédios.

Diante disso, é cabível perguntarmos como anda o processo de revitalização do Cais Mauá?

Pelo que eu vejo, nada esta sendo feito no sentido de preservar o patrimônio ali existente. E isto é muito grave. O Estado, não pode ser omisso e aceitar este estado de abandono daquilo que é o seu patrimônio. Cabe ao Estado, por intermédio do funcionário responsável por esta fiscalização cobrar ações no sentido de preservar a integridade física do nosso patrimônio artístico e cultural. Ou será que teremos de esperar que parte de um telhado desabe para que algo seja feito?

As fotografias que aqui apresento são a prova da degradação e do comprometimento daquilo que é o nosso patrimônio histórico e artístico. Não podemos deixar, nem aceitar, que esta situação continue a ocorrer. Sob o risco de também sermos omissos com a nossa história e memória.

Vanderlan Vasconselos

Fotos: Carlos Oliveira

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