Atracou na manhã desta terça-feira (19) o navio mercante “Kickapoo Belle”, de bandeira filipina, e que mede 161 metros de comprimento e possui largura máxima de 24 metros. Em seus porões a embarcação trouxe um carregamento de sal marinho proveniente do Rio Grande do Norte. A operação de descarga das 6.400 toneladas de sal, esta a cargo da Agência Marítima Orion, que possui escritório na área central da capital do Estado.
O “Kickapoo Belle” foi construído no ano de 1987, pelo estaleiro japonês, Hakodate Dock. Até setembro de 1998, estava registrado sob o nome de “Chofu”. Hoje ele pertence a empresa TBS International, com sede na cidade de Dublin, Irlanda. E sua tripulação é composta por 25 tripulantes.
Na sua viagem atual, o navio passou pelo porto de Santos. E devido a paralisação realizada pelos estivadores, ficou atracado por duas semanas. Este fato revela uma situação séria e que nossas autoridades nem sempre compreendem em sua plenitude. Pois a cada dia parado, o custo do navio é cobrado do dono da carga. Este rateio se dá não só sobre o porto no qual ele se encontra, mas sobre todos os demais por onde ele irá passar. Com isto há um encarecimento do produto ou da matéria-prima que cada empresa comprou. E este valor será necessariamente repassado na cadeia produtiva. Que em última instância será pago pelo consumidor. Evitar que problemas deste tipo e desta grandeza aconteçam, é um desafio que nem sempre o governo percebe. Pois para muitos não é o governo, e sim a iniciativa privada quem arca com este custo. No entanto, ao encarecer o custo de vida, o custo de produção, e exigir o pagamento do mesmo em moeda estrangeira. Este custo chega, de forma indireta ao governo. Cujo objetivo maior é o de garantir o bem-estar da população e seu crescimento de forma harmoniosa.
Outro fato importante que devemos registrar. Diz respeito a uma particularidade da história da embarcação. Pois no dia 30 de maio de 2008, coube ao “Kickapoo Belle” a missão de realizar o socorro ao veleiro de bandeira argentina “Ilikai”. Que teve problemas durante a realização de uma regata, quando se encontrava à 25 milhas náuticas da costa gaúcha, na altura de Tramandaí. Por ser a embarcação mais próxima do local, seu comandante na época, Rolando V. Dulay mudou o rumo no intuito de realizar o socorro aos tripulantes. Depois de cumprida a missão humanitária, o navio, cujo destino era o porto peruano de Callao, dirigiu-se ao porto de Rio Grande para que os velejadores pudessem ser deixados em terra. Atitudes deste tipo demonstram o verdadeiro espírito marinheiro. Que sabe o valor da vida humana, e que tem por princípio salvaguardá-la custe o que custar.
Fotos: Carlos Oliveira
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