No intuito de dar maior visibilidade a questão dos contêineres, resolvi dar neste texto uma demonstração de como é a dinâmica deste tipo de carga. Para tanto sito o caso do navio mercante “Santa Teresa”, de bandeira liberiana que operou entre os dias 23 e 24 deste mês no Terminal de Contêineres do porto de Rio Grande, mais conhecido como TECON Rio Grande. A fotografia vinculada não é do mesmo, mas serve de ilustração para aqueles que nunca viram um navio porta-contêineres operando no TECON Rio Grande.
O “Santa Teresa” é um navio novo, construído no ano de 2011, pelo estaleiro sul-coreano Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering. Localizado na cidade de Goeje. Este foi o casco de número 4.232 deste estaleiro. Tendo sido lançado ao mar em julho de 2011, e finalizado e entregue no mês de setembro do mesmo ano. Marcando com isto uma característica dos estaleiros mais modernos do mundo, que é a rapidez com que constroem e entregam seus produtos aos clientes. Sendo de propriedade da empresa Columbus Shipmanagement, de Hamburgo – Alemanhã, ele foi arrendado para a empresa Aliança Navegação e Logística. Tendo a capacidade nominal de transportar até 7.100 TEUs, ou sejam 7.100 contêineres de 20 pés, dos quais 1.600 do tipo refrigerado. Por esta característica foi incorporado a navegação na costa atlântica do continente sul-americano.
Em sua viagem atual, o “Santa Teresa” partiu do porto de Montevidéu e fez sua primeira escala em Rio Grande. Quando chegou às 15:38 do domingo (23). Durante sua estadia o navio operou os seguintes volumes:
Operação
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Quantidade
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Tamanho do Contêiner (pés)
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Característica
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Carga
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170
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20’
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Cheio
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Carga
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189
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40’
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Cheio
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Descarga
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116
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20’
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Cheio
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Descarga
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76
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40’
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Cheio
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Total
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551
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Ao partir de Rio Grande às 18:20 de segunda-feira (24) ele conseguiu fazer 551 operações em menos de 27 horas. Considerando que o navio também realizou outros procedimentos burocráticos e característicos da própria realidade marítimo portuária. Como a de ser fiscalizado pelos órgãos federais, ser abastecido dos bens que necessita, e realizar os procedimentos operativos de atracação e desatracação.
A agilidade deste tipo de operação é o grande fator a ser buscado. E é ela que diz se um porto ou terminal é bom de operar ou não. Garantindo com isto seu sucesso ou não. Seu maior ou menor poder de atração de clientes, de navios e empresas interessadas em operar junto a este terminal. Este grau de perfeição só se atinge com investimento constante em equipamentos e treinamento dos funcionários. Quem não fizer isto não vai progredir. Assim sendo, quando se vê um porto parado, com operações escassas, é lógico de se imaginar que o mesmo não acompanhou as exigências do mercado. E esta verdade não vale apenas para os terminais de contêineres, ela vale para todos os demais tipos de operação. Pensem nisso! E quando lhe disserem que um porto esta inoperante, ou deficitário. E que aquele espaço seria mais bem utilizado em outra função, que não a portuária. Vejam se esta é a melhor solução para o caso ou apenas um motivo para abandonado de vez. Afinal de contas, um terminal operativo e moderno é sempre gerador de riquezas, progresso e desenvolvimento.
Foto: Carlos Oliveira
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