quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Na passagem do “Kingfisher D” dois fatos a serem considerados.


 Já faz alguns dias que o navio mercante “kingfjsher D” aqui esteve. Sua chegada no dia 03 de setembro e sua partida no dia 05 revelam dois fatos importantes que devem ser tratados com a maior seriedade e brevidade possível pela administração pública.

O primeiro diz respeito a área da bacia de evolução do cais Navegantes. A confirmação de sua delimitação foi solicitada no ano passado pela Marinha do Brasil, após o encalhe do navio mercante “Santa Katarina”. Na época o pessoal da diretoria de hidrovias fez um levantamento batimétrico tanto da área do cais Mauá, quanto da área do cais Navegantes. Sendo constatado, de maneira técnica, onde havia profundidades boas e onde a mesma estava comprometida. Por solicitação do mesmo setor foi pedido um prazo adicional à Marinha do Brasil para entregar o levantamento completo. Isto ocorreu no início de fevereiro de 2012. No entanto, pelo que consta até o presente momento esta informação não foi repassada à Autoridade Marítima Brasileira. Nem a bacia foi devidamente sinalizada por meio de boias. Este fato permite que os navios mercantes que aqui cheguem, façam a manobra de giro em frente ao cais Navegantes sem nenhuma sinalização oficial de onde a mesma deve ocorrer e onde é proibido que se fizesse. Logo, pela falta de sinalização o passa a ser conivente e corre o risco de ser responsabilizado por qualquer encalhe que ali venha a ocorrer. Correndo o risco de ter de assumir todo o ônus financeiro na operação de desencalhe. O processo a que estas informações estão vinculadas é o de número 1970-04.36/11-2. Por tanto a cada navio mercante que aqui chega, e o “Kingfisher D” é mais um deles, a necessidade de se fazer o giro representa um risco gratuito que o Estado corre. E este fato vai ocorrer na chegada ou na saída do respectivo navio. Não podemos nos descuidar e pensar que a não entrega do respectivo relatório vai passar em branco. O julgamento do inquérito que estuda as causas do encalhe do navio mercante “Santa Katarina” esta andando e nosso atraso em nada nos beneficia. Muito pelo contrário, pode pesar contra o Estado no veredito final.

O segundo assunto que devemos trabalhar, é o de agirmos para que nosso porto deixe de ser o porto final dos navios que aqui atracam. E que o mesmo passe a ter a capacidade de ser também um porto de embarque. No contexto atual, em que se projeta um aumento do transporte de cabotagem nós não podemos ficar parados a ver os navios partindo vazio. Atualmente a carga de cabotagem que aqui chega é somente o sal marinho proveniente do Rio Grande do Norte. E nós só embarcamos transformadores e algumas bobinas com cabos de uso naval. Até parece que o Estado não produz mais coisas, e que nossa produção não é consumida pelos outros estados da federação. O certo é que esta situação só vai mudar quando houver investimentos na capacitação do pessoal e em equipamentos. Até lá vamos ficar marcando passo, e perdendo posições no contexto econômico nacional. Esta é uma situação que nós não podemos aceitar. E é por este motivo que aqui se tem frisado tanto no assunto. Quem sabe assim a coisa anda. Feito este registro o que nos resta é esperar que o que foi dito não seja interpretado como uma crítica pela crítica, mas sim como um auxílio útil para que a coisa pública melhore cada vez mais.

Fotos: Carlos Oliveira

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