Eram 11 horas da manhã de quarta-feira (02/JUL) quando o navio mercante panamenho “Ultra Prosperity” desatracou do cais Navegantes, do porto de Porto Alegre. O forte nevoeiro dava sinais de estar se enfraquecendo, e o navio partiu navegando lentamente. Com seus porões vazios, após ter descarregado 10.000 toneladas de cloreto de potássio, a manobra executada exigia muita atenção de todos os tripulantes. Já que com 199,98 metros de comprimento e 32,26 metros de largura. Navegar em condições tão adversas é sempre perigoso. Principalmente numa área onde os canais artificiais são extremamente estreitos, com 80 metros de largura. E aonde há inúmeras embarcações de pequeno porte transitando. Como é o caso das canoas dos pescadores da colônia da Ilha da Pintada. E se por um lado os navios possuem equipamentos que lhe garantem uma navegação com maior segurança. Do outro lado somente a sorte pode auxiliar aos pescadores. E é considerando este tipo de situação. Onde os extremos se encontram, é que nós devemos pensar a nossa navegação. Em termos de segurança, isto é uma responsabilidade do setor público. E quando se planeja uma hidrovia. Ela tem de atender a todas as embarcações que por ela navegam. Desde os menores e com menos ou nenhum aparato tecnológico. Até as maiores, aonde há o que existe de mais sofisticado em termos de equipamentos de navegação. Mas que mesmo assim correm risco diante de canais tão estreitos como os nossos.
É por este motivo que eu sempre fico com receio quando escuto ou leio um posicionamento oficial de nosso governo. Dando a nossa hidrovia como algo seguro. A segurança é relativa. Ela sempre esta sujeita a ser superada pela dinâmica da realidade da navegação. E nós não podemos parar no tempo e pensar de que o que era bom a 30 anos atrás ainda o é. Os nossos canais foram projetados a mais de 90 anos. E esta na hora do Estado rever seus conceitos. Pois do contrário estaremos andando para trás, ao invés de rumar para um futuro melhor e mais seguro.
Pensem nisso e cobrem de nossos governantes uma política séria e comprometida com o nosso futuro econômico.
Muito Obrigado!
Vanderlan Vasconselos
Foto: Carlos Oliveira
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