sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Canais estreitos prejudicam nossa economia.

Os canais artificiais que possibilitam a ligação de Porto Alegre com o mar foram projetados no início do século passado. Naquela época a navegação era feita basicamente por embarcações de pequeno porto. Não tão cumpridas e muito mais estreitas se comparadas às embarcações de médio porte dos dias de hoje. Quando vemos as pequenas barcaças graneleiras da nossa navegação interior podemos ter uma noção do que estou falando. O comprimento de no máximo 100 metros e uma largura não superior a 16 metros era um padrão muito utilizado pela navegação. E para tais padrões, canais com 80 metros de largura eram muito bem dimensionados. Pois permitia o cruzamento de embarcações com uma grande margem de segurança entre elas e entre as extremidades laterais dos ditos canais artificiais. Que são aqueles em que se teve de escavar para se conseguir a largura e a profundidade exigida para uma navegação segura.

Nos dias de hoje a situação é muito diferente. Não raros são os navios beirando os 200 metros de comprimento e com 32 metros de largura que vêm operar em Porto Alegre. Estes navios se tiverem de se cruzar entre si dentro de um canal artificial o fazem com extremo cuidado. Pois o risco de ocorrer algum acidente é muito grande.

Na fotografia aqui vinculada eu apresento o cruzamento entre os navios mercantes “Santa Vitória” de 199,98 metros de comprimento e 32 metros de largura e o navio mercante “Santa Barbara” de 199 metros de comprimento e 32 metros de largura, cujo peso total é de 20.209 toneladas. Agora imagine estes navios tendo de se cruzarem num dos vários canais artificiais que compõem a nossa ligação entre Porto Alegre e Rio Grande. Para que isto ocorra, com plena segurança, o prático que o conduz tem de fazer um verdadeiro milagre. Na verdade este tipo de cruzamento é programado para ocorrer nas áreas de canal natural. Que por serem naturalmente mais profundas e largas, permitem este tipo de cruzamento com maior margem de segurança.

O que eu estou relatando para vocês; demonstra o quando falta investimento e o quanto a hidrovia não é valorizada pelos nossos governantes. Infelizmente a cabeça de quem tem governado o nosso Estado, só pensa no transporte rodoviário. E por este motivo não dá atenção para os demais modais existentes.  E isto cabe a nós tentar mudar. Pois assim como é um absurdo planejarmos uma rodovia por demais estreita. Aonde os veículos de carga tenham de parar para darem passagem ao que vem no sentido contrário. O mesmo ocorre com nossa hidrovia. E quando isto ocorre, quem sai prejudicado é a nossa economia. Somos todos nós.

Pensem nisso e se juntem a mim neste luta por um Rio Grande do sul mais forte. Por um futuro melhor.

Muito Obrigado!

Vanderlan Vasconselos

Foto: Carlos Oliveira

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