O navio mercante “CMB Mistral” partiu vazio do porto de Porto Alegre na manhã de domingo (18/MAI). Este fato já não é mais novidade. Já que todos os navios graneleiros que aqui aportam saem vazio. No entanto, não podemos nos conformar com esta triste situação. E é por este motivo, que faço questão de reafirmar sempre o fato. No intuito de chamara a atenção para o lastimável estado do Porto Organizado de Porto Alegre. Que de “organizado” possui muito pouco. Já que não consegue se articular para explorar o seu potencial, que é enorme. E se restringe apenas ao papel de porto recebedor de carga. Em sua maioria, classificada como fertilizante.
Na verdade, é triste constatarmos este fato. Principalmente se o compararmos com a realidade de alguns anos atrás. Num passado não muito distante. No qual o porto era dinâmico, e movimentava a nossa economia com muita força. Gerando emprego, renda, e oportunidades de negócios para todos os setores econômicos da sociedade. Já que a agricultura e a indústria se valiam dele para embarcar seus produtos. O comércio se beneficia com os gastos realizados pelos trabalhadores portuários. E o setor de serviços também recebia sua cota, ao atender esta demanda com vontade de consumir e dinheiro na mão para gastar.
Tudo isto foi posto fora, no momento em que o porto deixou de ser visto como prioridade econômica. E sua decadência decretou a redução de toda a atividade econômica que antes existia. E o que hoje estão querendo fazer. No tão falado e polêmico projeto de “revitalização” do porto. Não chega nem perto do potencial que um porto comercial pode ter e trazer, para a sociedade que o cerca ou por ele é influenciada. Mas talvez esta seja a nossa sina. Teremos de aprender do jeito mais difícil e doloroso. O do empobrecimento econômico. Cujos reflexos são vistos de formas tão variadas e fortes, como o aumento da pobreza e da violência. Apenas para citar dois exemplos simples.
NEVOEIRO ATRASA PARTIDA
Outro fato relativo à partida do navio mercante “CMB Mistral” foi o horário em que isto ocorreu. Inicialmente ela estava prevista para ocorrer às 07:30 da manhã de domingo (18/MAI). Possibilitando o aproveitamento da luz do dia ao máximo para navegar rumo a Rio Grande. No entanto, o nevoeiro se fez presente novamente em nossa região. E o navio não pode partir no horário programado, devido restrição de visibilidade. Este fato só veio a ocorrer às 09 horas da manhã.
Esta realidade, relacionada à restrição de visibilidade, poderia ser solucionada. Bastaria o Estado investir na melhoria de nossa hidrovia. Alargando e aprofundando os nossos canais artificiais. Revendo o seu traçado, que é antigo e não comporta os navios dos dias de hoje. Muito maiores e mais largos dos que existiam na dedada de 1920. Quando o projeto foi executado pelos governo do nosso estado. E, principalmente, mantendo-o sinalizado. Pois sem balizamento é impossível se garantir a segurança da navegação.
Mudar esta realidade é um desafio enorme. Pois ela não se restringe a simplesmente planejar e executar obras. Ela passa por uma mudança de postura. De forma de pensar e ver o mundo. No qual a navegação é muito mais do que navegar. E infelizmente os nossos governantes estão muito mal assessorados sobre o assunto.
Pensem nisso e cobrem do Governo do Estado uma política séria e eficiente para o setor. Pois somente assim teremos um futuro realmente melhor.
Muito Obrigado!
Vanderlan Vasconselos
Fotos: Carlos Oliveira
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