O navio mercante “Maple Star” que havia encalhado quando vinha para Porto Alegre partiu do porto da capital do estado no início da tarde de quarta-feira (28/MAI). Este fato ocorreu às 13:25 após mais uma manhã de forte nevoeiro na região metropolitana. Fato que prejudicou toda a navegação comercial, tendo em vista a baixíssima visibilidade.
Com relação à passagem deste navio pelo porto de Porto Alegre, a mesma pode ser resumida em uma só palavra: PREJUÍSO. E isto se deve ao encalhe sofrido pela embarcação ao entrar na área do lago Guaíba, próximo ao farol de Itapuã. O navio que havia partido de Rio Grande às 08:40 da manhã de quarta-feira (21/MAI) encalhou no dia seguinte. Lá recebeu, no turno da tarde de sexta-feira (23/MAI) o auxílio de dois rebocadores da empresa Navegação Amandio Rocha – NAR. Que prestam serviço em Porto Alegre e foram chamados a auxiliar na manobra de retirada do navio do local onde se encontrava. Embora os mesmos tenham realizado muito esforço, a embarcação não foi desencalhada. E ambos os rebocadores retornaram para Porto Alegre no início da noite daquele mesmo dia. Concomitantemente a isto dois técnicos especialistas em desencalhe foram contratados e enviados ao navio. Que veio a desencalhar na manhã de sábado (24/MAI). O que possibilitou ao navio atracar no cais Navegantes às 15:20 da tarde daquele mesmo dia.
Aqui o navio descarregou sua carga de 6.600 toneladas de fosfato monoamônico – MAP e 3.300 toneladas de fosfato diamônico – DAP. Em operação que foi concluída na terça-feira (27/MAI). No entanto sua partida nãopod ocorrer neste dia, em virtude do inquérito aberto para averiguar as circunstâncias do encalhe. Fato que é um procedimento obrigatório e normal. E que serve de base para a companhia de seguros pagar a eventual indenização, bem como ter o amparo legal para cobrar os custos e possíveis prejuízos econômicos resultantes do fato.
Como vemos a viagem do navio mercante “Maple Star” foi muito mais longa do que a prevista. Envolveu a necessidade de se contratar dois rebocadores e dois técnicos para que o navio pudesse chegar com segurança ao seu destino. Esta elevação de custos foi repassada aos donos da carga. Encarecendo o preço final do produto por eles comprado. Ao Estado do Rio Grande do Sul, que é o responsável pela sinalização e dragagem de nossos canais interiores, por intermédio de sua autarquia a Superintendência de Portos e Hidrovias – SPH ficou a péssima imagem de ter mais um navio encalhado em área de sua jurisdição. Imagem esta que só eleva a desconfiança dos empresários da navegação. Que podem perfeitamente elevarem o custo do frete de seus navios diante do aumento do risco que eles associam ao realizarem uma viagem para Porto Alegre. E quem perde com tudo isto somos nós. Que por não termos uma política séria para o setor portuário, acabamos pagando a conta. Consumindo produtos mais caros por causa da ineficiência de nosso Estado em cumprir com a sua obrigação. Já que foi o Estado que quis administrar os portos e a hidrovia interior. E agora se vê na condição de não conseguir mantê-las no padrão mínimo de segurança exigido. Prejudicando a nossa imagem como um todo.
Pensem nisso, pois do jeito que esta não pode ficar.
Muito Obrigado!
Vanderlan Vasconselos
Fotos: Carlos Oliveira
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