Em todo o mundo, os portos são uma fonte inesgotável de geração de empregos, renda e receita. Não é comum que os grandes portos possuam fila de espera, dos navios que lá pretendem atracar para descarregar ou carregar. Neste contexto a rapidez das operações portuárias é que dá a tônica de quais são os melhores portos para operação. E isto exige dos seus administradores muitos estudos, projetos e investimentos. A atividade portuária é pensada não apenas em atender a demanda presente, mas a futura que irá ocorrer daqui a alguns anos. A compra de novos equipamentos e a qualificação e requalificação para operações de todos os tipos faz parte deste planejamento. Este processo envolve tanto os funcionários do porto quanto os trabalhadores avulsos e os empregados das empresas prestadoras de serviço ou que, de alguma forma, operam junto ao porto.
Infelizmente alguns portos não possuem esta dinâmica. E ao invés de progredirem, com o passar do tempo, acabam apresentando movimento inverso ao esperado. As desculpas para justificar tal realidade são muitas e as mais variadas. Mas nenhuma delas se mantém válida quando aquele porto é bem administrado e recebe toda a atenção que merece.
A realidade dos portos interiores de nosso Estado é o reflexo desta situação. O melhor dos portos interiores ainda é o da capital do estado. No entanto, perdemos a oportunidade de carregar os navios que aqui aportam, e com isto não geramos empregos, não reduzimos o preço final de nossa produção, e não arrecadamos tributos das operações que deixamos de fazer. A cada navio que parte vazio, ficamos um pouco mais pobres. E a verdade é que neste exato momento quatro navios que aqui estiveram estão operando em outros portos nacionais. Os navios "Van Star" e "Santa Anna" se encontram no porto de Paranaguá – Paraná. Já o "Miss Simona" e o "Veruda" atracaram em Santos – São Paulo.
Esta situação é insustentável e insuportável política e economicamente. Nosso porto que é uma concessão federal cuja exploração esta sob nossa responsabilidade. Deve ser mais bem aproveitado em sua finalidade fim. Se a cada navio que chega, nós festejamos o fato. Não podemos negar, a tristeza de constatarmos sua partida vazio. Neste contexto, nossos trabalhadores portuários acabam trabalhando muito menos do que poderiam trabalhar. E como resultante temos uma ociosidade que impede a entrada de novos trabalhadores no setor. Sem falar na redução de seus ganhos. Que certamente possuem o poder de movimentar toda a economia da área central da cidade. Seja nos bares e restaurantes, como no comércio de uma forma geral. Não ver a importância do porto para a nossa economia é um erro básico. É por este motivo que repetimos constantemente a importância de se valorizar o porto como instrumento de fomento econômico. Tornando-o um verdadeiro cartão postal de nossa capital, de nossa região metropolitana e de nosso Estado como um todo. Pois um porto dinâmico possui força capaz de mudar a dinâmica de toda a região que o circunda. Gerando trabalho, riqueza e bem estar social.
Foto 1 – "Van Star" trouxe 10 mil toneladas e nada levou ao partir.
Foto 2 – "Santa Anna" descarregou 12 mil toneladas e partiu vazio rumo a Paranaguá.
Foto 3 – "Miss Simona" deixou 10 mil toneladas de sal e partiu para Santos.
Foto 4 – "Veruda" foi o que menos carga trouxe apenas 4.400 toneladas, e nada levou. Se encontra no porto de Santos.
Fotos: Carlos Oliveira
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