Sobre a chegada do “Tanta T” é importante chamarmos a atenção para o horário que o navio chegou, 13 horas. Considerado muito tarde, mas que teve como causa o forte nevoeiro que se formou sobre o Guaíba. Segundo informações colhidas. Às 10 horas da manhã, o navio mercante “Tanta T’ se encontrava fundeado na região próxima ao bairro de Belém Novo. A espera de melhores condições de visibilidade para poder prosseguir sua viagem. Logo, podemos concluir que considerando o tamanho do navio, 177,40 metros de comprimento e 28,20 metros de largura, nossos canais de navegação não apresentam condições plenas de segurança para uma navegação durante 24 às horas do dia. Mesmo que os canais artificiais estejam devidamente sinalizados, pelas boias luminosas e cegas, conforme determina a legislação vigente. Sua largura ainda é um fator de risco à navegação. Pois com apenas 80 metros de largura, os navios de longo curso não podem navegar sem se expor ao risco de sair do canal em caso de erro ou falha durante a navegação.
Outro fato importante a ser dito, é que ainda em 2011, em consequência do encalhe do navio mercante “Santa Katarina”. A administração da Superintendência de Portos e Hidrovias – SPH recebeu solicitação de fornecer os dados dos canais de navegação entre Porto Alegre e Rio Grande. Com a sua completa descrição técnica, no qual se incluíam os ângulos de suas curvas.
O motivo pelo qual a Marinha do Brasil solicitou estas informações visava permitir o estudo e a avaliação das características de segurança da própria hidrovia. Para assim propor melhorias, se este fosse o caso, que tornaria a hidrovia mais segura. Quando de minha saída da SPH, em fevereiro de 2011, o setor responsável pela hidrovia havia solicitado mais tempo para reunir os dados. E pelo que sei, passados mais de 15 meses este tempo ainda não chegou ao ser término.
Naquela época também foi solicitado a batimetria, ou seja, o levantamento de todas as profundidades da área do Porto Organizado de Porto Alegre. E este trabalho já se encontrava pronto, revelando áreas com grande assoreamento. Não só na bacia de evolução, mas também junto à linha do cais Navegantes. Comprovando o que se obsevava na prática, com a dificuldade de alguns navios, que mesmo vazio, tinha de desatracar após terem sido descarregados.
Diante do exposto é de se perguntar se um dia teremos realmente a navegação 24 horas por dia. Possibilitando um ganho de tempo para os navios que aqui vem operar. Reduzindo os custos, e dando uma maior competitividade a nossa economia. Se sou pessimista, é porque sei que o desafio é muito grande. E não vejo uma postura realmente comprometida com o pleno desenvolvimento de nossa hidrovia e de nossos portos interiores.
Fotos: Carlos Oliveira
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