No final da manhã desta terça-feira (22) o navio mercante “São Luiz” partiu vazio do porto de Porto Alegre. Esta triste rotina nos faz pensar o porquê que nosso Estado, que é um grande produtor agrícola, não consegue embarcar parte de nossa produção nos navios que aqui aportam.
A existência de um complexo de silos da Companhia Estadual de Silos e Armazéns – CESA não é capaz de reverter esta situação. Os mesmos realizam quando muito alguns embarques em chatas com destino ao porto de Rio Grande. E seu abastecimento é resumido a carga que chega por via rodoviária. Já que a linha férrea se encontra desativada há anos. Fruto não só do desinteresse como pela revitalização do ramal, como de diversas ações não planejadas que a comprometeram em sua integridade física.
Talvez fosse o caso de se recuperar a capacidade da unidade da CESA, revitalizando e modernizando seus equipamentos. E dando condições de competitividade a mesma. Sua função de armazenar cereais é estratégica para o Estado. Pois possibilita a formação de estoques reguladores, o que é benéfico ao setor produtivo. Que pode esperar para vender sua produção quando o preço for melhor; e também evita a escassez de alimentos.
De nada adianta termos recordes de produção se não conseguimos estocar, de modo adequado esta produção, e sermos obrigado a vendê-la a preço médio inferior ao desejado. Também de pouco ajuda garantirmos uma produção abundante, e perdermos a competitividade ao transportá-la de caminhão. Arcando com um custo de frete maior e uma perda elevadíssima ao longo do trajeto.
Neste caso o transporte por navios ou barcaças reduz significativamente não só o custo do frete, como torna nula a perda de produção. Ter políticas públicas de estímulo à atividade de navegação e portuária é sem dúvida o melhor caminho para garantirmos o sucesso do setor agrícola de nosso Estado.
Navio mercante “São Luiz” durante operação de descarga.
Complexo de silos da CESA no porto de Porto Alegre.
Navio mercante “São Luiz” navegando vazio após sair do porto de Porto Alegre.
Fotos: Carlos Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário