quarta-feira, 29 de outubro de 2014

“Chiloe Island” chega com fertilizante russo.

O navio mercante “Chiloe Island”, que possui 189,99 metros de comprimento e 32,26 metros de largura chegou a Porto Alegre no meio da manhã de quinta-feira (18/SET). Em seus porões o navio trouxe um carregamento estimado em 8.000 toneladas de cloreto de potássio. Produto este carregado no porto de St. Petersburgo, na Rússia. Sendo que antes do navio chegar a capital de nosso estado, ele realizou uma escala no porto de Rio Grande. Aonde operou inicialmente no terminal de uso privado (TUP) da empresa Yara Brasil fertilizantes. Fato ocorrido entre a segunda-feira (08/SET) e a quinta-feira (11/SET). E no Porto Novo entre sexta-feira (12/SET) e a quarta-feira (17/SET). Ao todo, em Rio Grande, foram descarregados 34.209,39 toneladas de cloreto de potássio.



Um fato que eu gostaria de chamar a atenção do leitor. É a sequencia do movimento realizado pelo navio mercante “Chiloe Island”. Inicialmente ele atracou no TUP da empresa Yara Brasil. Porque lá a profundidade oficial é de 12,19 metros no terminal. Já no Porto Novo, esta profundidade fica em 9,44 metros. E no caso de Porto Alegre ela é ainda menor, atingindo 5,18 metros.

Quando o navio chegou a Rio Grande, seu calado, ou seja, a profundidade do mesmo era de 10,65 metros. Por isto ele teve de atracar no TUP da empresa Yara Brasil. Após descarregar neste terminal, ele foi para o Porto Novo com calado de 8,73 metros na parte da proa (frente) e 9,04 metros da popa (parte de trás do navio). Somente depois de aliviar mais a sua carga é que o navio pode seguir a sua viagem rumo ao porto de Porto Alegre.

O que isto tudo quer dizer? Se nós queremos ser competitivos. Nós temos de aumentar a profundidade dos nossos portos. Em se tratando do porto de Rio Grande, a profundidade até é boa. No entanto os portos de Porto Alegre e Pelotas estão muito aquém do padrão esperado. Lembro que inicialmente a profundidade dos portos de Porto Alegre e Rio Grande eram idênticas. E enquanto assim foi, o porto de Porto Alegre movimentava muito mais carga do que o de Rio Grande. Seu atrativo econômico era o de estar mais próximo dos centros consumidor e produtor de nosso estado. Com as melhorias realizadas em rio grande, a carga migrou para aquele porto. Aumentando o nosso custo logístico para levar até lá a nossa produção e para trazer de lá o que necessitamos. É esta a lógica que muitos não compreendem. Principalmente aqueles que só veem em Rio Grande o nosso porto marítimo. Estas pessoas se esquecem que os portos de Pelotas e Porto Alegre também possuem capacidade marítima. Mesmo que se encontrem fora da área litorânea. E a prova é que com a chegada do navio mercante “Chiloe Island”, o porto de Porto Alegre esta recebendo um navio de longo curso. Vindo diretamente da Rússia.

Pensar a navegação. Pensar a atividade portuária. É ir além do que se esta fazendo hoje. E é sobre isto que eu gostaria que o leitor refletisse. Pois isto pode fazer toda a diferença para o nosso desenvolvimento econômico e social.

Muito Obrigado!

Vanderlan Vasconselos

Fotos: Carlos Oliveira

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