quarta-feira, 11 de abril de 2012

Obra de R$ 140 mil está abandonada em Esteio


Reforma e ampliação da UBS da Vila Cruzeiro deveria ser concluída em dezembro de 2010, mas empreiteira desistiu. Contrato será rescindido Em Esteio, um prédio que deveria cuidar da saúde de duas mil famílias virou abrigo para drogados, além de ter sido saqueado e queimado. Localizada na Rua Ortêncio Guilhermino, a Unidade Básica de Saúde da Vila Cruzeiro, no Bairro São José, está abandonada. O mato e a sujeira tomam conta do terreno, e as placas com informações sobre a obra estão jogadas no chão.


Furtos e invasões são comuns


Fechado em 2009 para reforma e ampliação, o posto, inaugurado há 12 anos, virou uma dor de cabeça para a prefeitura e um serviço a menos para os moradores da região. A obra, iniciada em junho de 2010, deveria ter sido concluída em dezembro daquele ano, mas, alegando atraso nos repasses e discordância nos valores, a Harmonia Construtora Ltda desistiu do projeto.


Em março do ano passado, o trabalho parou.


- É um absurdo. Por enquanto, só não mexeram no telhado do prédio, mas já invadiram e furtaram as aberturas - afirmou o morador e servente de obras Aristides Gomes Escobar, 57 anos.


O secretário da Saúde, José Antônio Silveira, disse que a entrada do posto será fechada e que a guarda municipal faz rondas no local. Os moradores foram orientados a procurar os postos de saúde na Vila Esperança ou no Bairro Clarete.


Custo total é de R$ 376,9 mil


- Além de um deles ser distante, estão sempre lotados -criticou a dona de casa Geneci Cabral Ramos, 26 anos.


Pelo serviço, que abandonou no meio do caminho, a Harmonia recebeu R$ 140 mil. O custo total da obra é de R$ 376,9 mil, com recursos do Ministério da Saúde, liberados via Caixa Econômica Federal, mais a contrapartida da prefeitura.


Novo edital deve sair


Mesmo com a obra paralisada há um ano e um mês, a prefeitura só agora anuncia uma decisão. Segundo a secretária de Planejamento e Gestão Bernardete Konzen, o contrato será rescindido e um novo edital para a reforma será publicado.


- Adiantamos algumas parcelas porque o projeto demorou para ser aprovado pela Caixa. E foi redimensionado, baixou de R$ 376 mil para R$ 361 mil. Depois, a construtora não aceitou os valores com base na tabela Sinap (sistema usado pelo governo para definir os índices de reajuste na construção civil) e parou a obra -explicou a secretária.


A Caixa aguarda a readequação dos valores.


O diretor de obras da Harmonia, Saulo Santos, afirma, porém, que houve atraso nos repasses e que a tabela não acompanhou o aumento dos itens usados na obra.



Eduardo Rodrigues eduardo.rodrigues@diariogaucho.com.br

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