domingo, 29 de abril de 2012

Navio mercante “Vully” parte vazio demonstrando o ponto fraco de nossa economia local

O navio mercante “Vully” de bandeira suíça, que aqui chegou no dia 24/04/2012 para descarregar 11 mil toneladas de salitre, partiu na manhã do dia 26/04/2012 vazio. Seu destino foi o porto de Rio Grande. Lá o mesmo atracou no terminal da empresa Bunge, localizado no Superporto para ser carregado com 22.500 toneladas de farelo de soja. Depois de concluída esta operação, o “Vully” será movimentado até o terminal da Termasa, para receber mais 7.500 toneladas de trigo. Diante desta realidade devemos nos perguntar, por que o porto de Porto Alegre não conseguiu embarcar nada neste navio mercante?

Na verdade o que se evidencia é o ponto mais fraco de nossa política para com relação a atividade portuária. Que considera o porto de Rio Grande como o único porto marítimo do Estado. E que deixou de investir na capacidade dos demais portos como alternativa econômica viável. A consequência deste raciocínio é o enfraquecimento dos portos de Pelotas, Porto Alegre e Estrela. Sem falar no de Cachoeira do Sul que nunca conseguiu deslanchar na sua atividade fim. Falar deste problema é fundamental para que o mesmo seja visto e discutido. E uma solução seja tomada no sentido de dar-lhes vida. Solução esta que não se restrinja ao âmbito da atividade cultural. Que nada beneficia ao setor agrícola e industrial. Tão carente dos benefícios que um porto pode lhes dar, em termos de maior competitividade na redução dos elevados custos do transporte. É preciso que se pense no fortalecimento da atividade portuária e da navegação, pois esta além de gerar empregos, e ser ecologicamente menos poluidora, representa uma economia de recursos financeiros para o Estado. Que anualmente investe mais de 1 bilhão de Reais na manutenção e construção de estradas. E mesmo assim este valor muito pouco contribui para a melhoria do nosso sistema rodoviário.

Investir na qualificação de nossos portos interiores é vital para sermos mais competitivos. E isto exige a realização de dragagens; a perfeita sinalização dos canais artificiais; e a recuperação e modernização dos guindastes, das balanças, dos silos e armazéns que se encontram nos nossos portos. Sem isto nossa economia continuará fraca, diante da concorrência cada vez maior e mais acirrada dos dias de hoje.

Foto: Carlos Oliveira
    Vanderlañ Vasconsèllos
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