Na manhã deste sábado (10) o porto de Porto Alegre
recebeu o navio mercante “Santa Ines SW”. O navio construído no ano de 2011 no estaleiro Tsuneishi Heavy industries Balamban, das Filipinas, e de propriedade da empresa Shih Wei Navigation, de Taipe – Taiwan, e registrado sob bandeira panamenha. Medindo 189,99 metros de comprimento e 32,26 metros de largura, o navio chega com um carregamento de 7.000 toneladas de cloreto de potássio (KCl) e 5.750 toneladas de sulfato de potássio (K2SO2). Sendo a empresa Fertimport o cliente dono da carga. Ambos os produtos fazem parte dos insumos utilizados pela indústria de fertilizante. A viagem do “Santa Ines SW” iniciou-se no dia 10 de março quando o mesmo recebeu sua carga no porto de Hamburgo – Alemanha. Em seu trajeto até Porto Alegre o navio fez apenas uma escala, no porto de Paranaguá. Sua estada em Porto Alegre é prevista para durar até a manhã de terça-feira (13), quando deve partir. Com destino ao porto argentino de San Lorenzo, para ser
carregado com a produção agrícola deste país.
Sobre a iniciativa da empresa Fertimport devemos elogiá-la, pois além de retirar 425 caminhões com capacidade de 30 toneladas cada de nossas estradas, esta reduzindo a poluição de nosso ar e economizando o precioso petróleo utilizado pelos motores dos mesmos. Fornecem também empregos aos hoje poucos trabalhadores portuários que ainda persistem na profissão. E que são apenas uma vaga lembrança dos áureos tempos em que eram contados aos milhares na área de nosso porto. E como tal perdeu seu poder de voto e seu interesse aos olhos do poder público. A depreciação do setor portuário é uma realidade cruel e inegável. Ao ponto do mesmo deixar de ser visto como um cartão de visita de uma cidade dinâmica e de economia pujante. Para ser trabalhado apenas como um atrativo turístico. Sua manutenção deve-se muito mais ao esforço do empresariado ligado a navegação e aos que dela necessitam do que a iniciativa pública.
Mas uma coisa também deve ser assinalada neste momento importante. Em tempos onde tanto se fala em Pólo Naval, na retomada da construção naval, chama a atenção o fato dos dois navios que aqui atracaram sejam novos. Tanto o “Santa Ines SW” quanto o “Gail”, foram construídos no ano de 2011. Em matéria assinada pelo colunista Elio Gaspari (jornal Correio do Povo, 13MAR2012, página 6) o ressurgimento da indústria naval, focado único e exclusivamente visando a atender demanda da Petrobrás é um erro estratégico. Além de não garantir que o custo dos navios a serem construídos sejam menor e mais competitivo, cria a dependência de um único cliente (o governo federal). Neste ponto, devemos focar que a indústria naval seja digna do seu nome. E visualiza atender as demandas do mercado regional, nacional e mundial. Fornecendo produtos de qualidade para os mais variados clientes. Desde de pequenas empresas de navegação local até multinacionais. Do contrário o fracasso será apenas uma questão de tempo. Mas para que isto ocorra é preciso muito mais do que boa vontade. Precisamos mudar nosso modo de ver o mundo. É inadmissível que nossa produção seja escoada por rodovias precárias. Passando por pontes antigas e que não suportam o peso dos grandes caminhões produzidos hoje. E que nossa malha hidroviária seja abandonada a um plano mais do que secundário. Recebendo migalhas a cada ano, que nem sempre são aplicadas de forma correta, eficiente e no tempo que a necessidade exige.
Fotos: Carlos Oliveira
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Vanderlañ Vasconsèllos
PRA SER FELIZ SEMPRE
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