quinta-feira, 21 de março de 2013

Para refletir sobre a navegação 24 horas.



Um fato interessante chamou a atenção esta semana. Foi quando da partida do navio mercante “Vega Venus”, do porto de Porto Alegre. O navio que recebeu o prático por volta das 07:30 da manhã de segunda-feira (18), navegava rumo a lagoa dos Patos. Após ter concluído a passagem pelo Canal do Cristal, e entrado em uma área de canal natural. Cuja característica é possuir profundidade natural igual ou superior a 5,18 metros, e largura superior a de 80 metros dos canais artificiais. O navio literalmente desligou seus motores, parando de navegar. O motivo para que isto ocorresse era o fluxo de dois navios-tanques que vinham em sentido contrário, e navegavam dentro do Canal das Pedras Brancas. O primeiro navio-tanque era o “Zeugman”, de bandeira turca e logo atrás vinha a barcaça-tanque “Guaratan”, de bandeira brasileira. Ambas as embarcações são relativamente estreitas e seu cruzamento com o navio mercante não seria problema. No entanto com a atitude tomada pelo navio, de parar de navegar para poder fazê-lo, após a saída destas embarcações do estreito canal artificial, torna-se claro que há dúvidas sobre a capacidade dos canais em suportar o tráfego de grandes embarcações. Este fato vem de encontro ao que havia sido manifestado pela Marinha do Brasil no tocante ao tráfego de navios de longo-curso até o Porto de Porto Alegre. De que era necessário alargar os canais para que os mesmos pudessem se adequar a navegação destes navios e dos navios com carga perigosa. É neste ponto que quero convidar o leitor para a reflexão.

Se há um esforço por parte do Estado, de atingir o grau mínimo de eficiência exigido pela Marinha do Brasil, no tocante a sinalização náutica.  Qualificando a nossa hidrovia para a navegação diurna e noturna. Colocando e recolocando seus sinais náuticos (faroletes, boias cegas e boias luminosas). Mesmo que isto seja atingido, não haverá a garantia de que a navegação noturna irá ocorrer. Tendo em vista que, necessariamente, os canais terão de ser alargados. E como isto não esta sendo providenciado ou executado, mesmo que em planejamento. A navegação noturna dos grandes navios de longo-curso não ira ocorrer tão cedo. Seria correto afirmar, que o máximo que se conseguiria seria ter uma hidrovia melhor sinalizada, para a navegação diurna. E, em alguns casos para a navegação noturna das nossas barcaças graneleiras (que já o fazem) e para os pequenos barcos de esporte e recreio. Logo, quando o Estado anuncia que esta trabalhando para que a navegação noturna possa ocorrer, ele não esta sendo realista. Esta postura sonhadora não é benéfica para a nossa realidade. O que o povo e os empresários do Rio Grande do Sul precisão é de um governo comprometido com o nosso desenvolvimento. Que ao invés de sonhar, tome atitudes claras e objetivas para garantir o nosso futuro. É sobre isto que nós devemos refletir. Chega de termos apenas promessas que não se sustentam diante de fatos tão simples como o aqui registrado. Que é o do navio mercante “Vega Venus” que medindo 177,50 metros de comprimento e possuindo 28,2 metros de largura, ter de parar para e dar passagem para navios como o “Zeugman” que mede 109 metros de comprimento e possui 16 metros de largura ou a barcaça-graneleira “Guaratan” de 95,36 metros de comprimento e 15,50 metros de largura. Pensem nisso!

Fotos: Carlos Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário