quinta-feira, 21 de março de 2013

No comércio mundial há mercado para todo tipo de produto.


Quando a barcaça graneleira “Rio Grande do Sul” de propriedade da empresa Frota de Petroleiros do Sul – PETROSUL, foi fotografada, às 16:40 da tarde de sexta-feira (08) era difícil imaginar o produto por ela transportado. Na verdade seus porões estavam carregados com 986 toneladas de bagaço e outros resíduos sólidos. Produzidos e embarcados pela empresa Bianchini, em sua unidade de Canoas, às margens do rio dos Sinos. Como todos nós sabemos, o bagaço representa um dos produtos de menor valor comercial no mercado. No entanto, mesmo não possuindo a valorização ou o charme de outros produtos considerados nobres, sua utilização lhe garante um mercado próprio. Justificando o fato do mesmo não ser descartado como lixo. A comercialização deste tipo de produto é digna de elogios, pois quem o faz, demonstra possuir pleno domínio sobre todas as fases de seu negócio. Conseguindo tirar proveito até mesmo das frações menos lucrativas do processo de produção. Vale a pena também frisar, a importância disso para o desenvolvimento de nossa economia. E podemos citar um caso exemplar em termos de economia mundial.

Há alguns anos, a República Popular da China era conhecida como um país que produzia produtos de baixa qualidade e baixo valor de mercado. Enquanto muitos fabricantes se concentravam na produção de produtos de maior valor agregado, relegando os demais processos menos lucrativos. A indústria chinesa absorvia o mercado dos produtos de baixa qualidade. Este processo, em seu ápice, fez com que a China acabasse sendo o maior produtor mundial deste filão comercial. Os chamados produtos de 1,99. Gerando divisas superiores a economia de muitos países, sem falar nos empregos, e numa série de benefícios complementares. Como distribuição de renda; fomento ao mercado consumidor interno; absorção progressiva de tecnologia mais sofisticada, apenas para citar alguns casos. Com o passar do tempo a própria indústria chinesa conquistou mais qualidade. Possibilitando a penetração de sua economia em outros nichos do mercado mundial. Sem que isto resultasse na perda do mercado já existente. O que podemos ver, e temos de compreender, é que para um país crescer economicamente, não é preciso produzir apenas produtos de grande valor tecnológico ou de mercado. É preciso saber que todos os produtos possuem um mercado comprador em potencial. Explorar esta realidade é sinal de sabedoria e principalmente de humildade. Pensem nisso!

Foto: Carlos Oliveira

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