sábado, 2 de novembro de 2013

“Clipper Belle” – Compreendendo os custos de nossa ineficiência.

Conforme escrevi sobre a chegada do navio mercante “Clippe Belle”. Que ao fundear na área bravo do Porto Organizado de Porto Alegre, para esperar o momento adequado de atracar, estamos elevando o custo dos produtos por ele transportados. Retomo o assunto para que o leitor possa compreender melhor o assunto.


Diferente do que acontece com o transporte rodoviário. Onde o camioneiro recebe um valor fixo para realizar uma viagem. E caso ocorra algum imprevisto ou atraso na viagem o valor do frete não é alterado. Corroendo desta forma seu lucro. Quando se trata de transporte marítimo, o fretamento, ou aluguel, do navio só se encerra quando a carga é totalmente descarregada.

Se tratando de um navio de bandeira estrangeira, o custo do contrato é acertado em moeda forte, como o dólar norte-americano ou o euro. Moedas que para saírem do país, tem de ter autorização dos órgãos competentes; eao fazê-lo reduzem as nossas reservas. Afetando o resultado de nossa balança comercial, de forma negativa. Penalizando a todos os brasileiros, já que as reservas são nacionais.

No caso especial do porto de Porto Alegre. Que possuía no cais Mauá um espaço operativo muito grande. Onde mais de cinco (05) navios podiam atracar simultaneamente. A transferência das operações para o cais Navegantes representou um encolhimento da área operativa do porto. Fortalecendo e ampliando, desta forma, a possibilidade de navios terem de fundear por falta de espaço no cais.

Ao falar isto, estou afirmando a transferência das operações de um cais para o outro, não levou em consideração o bom funcionamento do porto. Faltou visão de futuro aqueles que deveriam zelar pela política portuária.

Esta falta de visão se refletiu também na falta de investimentos. Na falta de manutenção e de planejamento para as operações futuras do porto. O resultado imediato se materializou na perda de receita. E como o porto é administrado pelo Estado. Que arca com todos os custos de sua manutenção e operação. A perda de receita do porto vai exigir que o governo retirasse dinheiro de seu caixa, para cobrir as despesas portuárias. Que possui na folha de salários um peso enorme. Um porto deficitário gera prejuízos a sociedade. Ao ser substituído como opção de transporte. Tendo suas cargas transferidas para o setor rodoviário. Amplia-se o custo do frete. Reduz-se a lucratividade dos setores produtivos. Com todo o reflexo em nossa produtividade e competitividade nos mercados interno e externo. Eleva-se a poluição, pela emissão de gazes tóxicos. E quem perde somos todos nós.

Dar evidencia a esta realidade é essencial. Pois temos de reverter esta realidade insana. Que tanto mal nos traz. E que em qualquer outra parte do mundo não ocorreria. Pelo simples fato de ser um absurdo, um surto de irracionalidade econômica. Que vai contra a lógica comercial.

Pense nisso! E cobre de nossos governantes um comprometimento total e profissional para com a boa administração publica.

Obrigado!

Fotos: Carlos Oliveira

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