domingo, 1 de setembro de 2013
Navio mercante “Commodore” encalha antes de chegar a Porto Alegre.
O navio mercante “Commodore”, de bandeira liberiana e que mede 172,45 metros de comprimento e possui 27 metros de largura, encalhou na manhã de sábado (31/AGO) junto ao canal do Cristal. O desencalhe ocorreu por volta da 12:30 após o emprego de três (03) rebocadores da empresa F.Andreis. E sua atracação foi concluída às 14:15 já no turno da tarde.
OS PROBLEMAS DO CANAL DO CRISTAL
O canal do Cristal se encontra desde quarta-feira (27/AGO) com seu balizamento comprometido. Já que uma de suas boias luminosas saiu do lugar, atravessando o mesmo, e indo parar no lado oposto. Além de ter outra boia luminosa que não pertence ao canal, e que foi arrastada pelas águas, muito próximo do mesmo. Sinalizando e indicando o caminho de forma errada.
O PERIGO NA MANOBRA DOS NAVIOS
Em virtude deste fato, os navios mercantes que têm passado por este ponto o fazem a baixíssima velocidade. Não só pelo medo de errar o caminho, como também por precaução. Por outro lado, a correnteza mais forte, tende a empurrar os navios para as bordas do canal. Criando um dilema para quem o conduz. Já que, se andar com mais velocidade pode errar o caminho, e se andar mais de vagar o navio pode ser arrastado para fora do canal.
LENTIDÃO NA RECUPERAÇÃO DA SINALIZAÇÃO
Por outro lado, a contra partida de quem é responsável pala manutenção de nossos canais esta ocorrendo de forma muito lenta, para não dizer displicente. Já que, ocorrido mais de três (03) dias, não foi visto nenhum esforço no sentido de regularizar a situação do canal do Cristal.
UM PARALELO ENTRE 2011 E 2013
Fazendo um paralelo ao período em que estive a frente da Superintendência de Portos e Hidrovias – SPH, no qual mais de 30 boias saíram do lugar. Naquela época, foram empregados todos os recursos disponíveis para solucionar o problema. Inicialmente se trabalhou em parceria com a Marinha do Brasil. Tendo dois funcionários embarcados na lancha da Delegacia da Capitania dos Portos em Porto Alegre, acompanhando a localização de todos os sinais náuticos. Posteriormente foi utilizando os rebocadores das empresas privadas que atuam junto ao porto, na execução do serviço. Que em parceria com as embarcações disponíveis da SPH foram empregadas na recuperação dos sinais náuticos e no seu reposicionamento. Para que, em seguida, a Marinha do Brasil pudesse realizar a vistoria oficial do trabalho realizado e só então ter a confirmação oficial da liberação da navegação no trecho atingido.
Esta realidade não esta sendo vista no presente momento. Muito pelo contrário. Na tarde de sábado, os rebocadores da SPH se encontravam atracados junto ao cais, próximos ao armazém “C-3”. Demonstrando um desleixo constrangedor, para quem sabe que o Estado não pode ser, nem pode atuar desta forma. Este despreparo é prejudicial para a nossa economia. Desestimulando a vinda de navios mercantes de grande porte para o nosso porto. E reforçando aqueles que criticam a falta de investimentos e estímulos para a utilização do porto de Porto Alegre em sua atividade fim.
Pensem nisso!
Fotos: Carlos Oliveira
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