
Ocorre que o navio mercante “Just Fitz III” partiu do terminal da empresa Yara Brasil Fertilizantes às 11 horas de domingo (13/ABR). Seu destino era o porto de Porto Alegre. E sua chegada deveria ocorrer, na manhã do dia seguinte, domingo (14/ABR). No entanto, entre a lagoa dos Patos e o lago Guaíba, na região do farol de Itapuã o navio encalhou. No local estafa faltando uma boia luminosa encarnada. E o navio, sem aquele ponto de referência visual acabou encalhando e comprometendo a segurança da navegação.

Esta área, diga-se de passagem marca a transição entre o espaço da lagoa dos Patos. Que é aberto e possui canais naturais mais profundos e largos. Com a área de canais artificiais do lago Guaíba. Que são estreitos, medindo apenas 80 metros de largura; e menos profundos, com calado padrão de 5,18 metros de profundidade. O vento também é um fator importante neste espaço. Pois ele age de forma direta sobre os navios. Empurrando-os no sentido em que sopram. Exigindo muita atenção de quem conduz uma embarcação de grande porte. Se na lagoa o vento corre solto. No Guaíba ele tem nos morros que compõe a formação rochosa do Itapuã um obstáculo. E nas suas pedras um perigo sério e ameaçador para toda e qualquer embarcação, independente de seu tamanho ou robustez.
Navegar num local com características tão marcantes. E, sem a sinalização completa é um risco. Tão grande como andar numa estrada nova que não possui sinalização quanto aos seus limites. Onde a qualquer momento se pode sair da pista ou cruzar a pista no sentido contrário. Provocando desta forma um acidente.
Pois foi nesta situação que o navio veio a encalhar. E foi somente após o navio ter conseguido sair do local é que o Estado tomou uma atitude visando sinalizar o local. É este atraso na tomada das decisões que nós não podemos admitir. Isto demonstra falta de profissionalismo. Desleixo para com a coisa pública. E isto causa prejuízo para o Estado. Pois encarece os custos do nosso transporte. Pois o histórico de encalhes de navios em nossas águas interiores esta crescendo ano após ano. E isto é considerado por toda empresa de navegação na hora de aceitar uma encomenda para ser entregue no nosso porto. E se o risco é maior o custo também será maior. Pois ele esta associado ao risco que se corre.
O que o Estado, via Superintendência de Portos e Hidrovias – SPH esta fazendo? É por tranca em porta arrombada. Ele não esta fazendo o seu tema de casa. Basta ver nas fotografias aqui vinculadas o estado em que se encontra o farolete verde do canal do Cristal. Cada vez mais inclinado. Prestes a tombar em definitivo. E que não foi trocado ainda. Como se aquele importante ponto de sinalização não merecesse nenhuma atenção das autoridades legalmente nomeadas para cuidar de nossa hidrovia. O farolete encarnado, que faz par com este que se encontra inclinado, não esta funcionando perfeitamente. Passa a maior arte do seu tempo apagado. Já o outro, esta preste a desaparecer. A pergunta que fica é quem será o responsável quando algum acidente ocorrer neste local. Ou será que o Governo do Estado vai se eximir de culpa. Tentando empurra a responsabilidade para outra pessoa.
O Estado tem de ser gerido de forma competente. Nós não podemos admitir amadorismo na gestão da coisa pública. Pois de amadorismos já basta o que fizeram e estão fazendo com a PETROBRAS. Apenas para citar um único exemplo.
Pensem nisso. Pois quando um governo comete um erro. Quem paga é a sociedade.
Muito obrigado.
Vanderlan Vasconselos
Fotos: Carlos Oliveira
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